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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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olhava esses astros, que lhe pintavam como futuras moradas! Quando,<br />

finalmente, o esquife dourado da lua emergia do espelho sombrio do<br />

Nilo, que se perdia no horizonte como uma longa serpente azulada, o<br />

neófito acreditava ver a barca de Ísis navegando no rio das almas e<br />

transportando-as para o sol de Osíris. Recordava-se, então, do Livro dos<br />

Mortos e o sentido de todos esses símbolos se revelava agora a seu<br />

espírito. Depois do que havia visto e aprendido, podia acreditar-se no<br />

reino crepuscular de Amenti, misterioso interregno entre a vida terrestre<br />

e a vida celestial, onde os defuntos, a princípio sem olhos e sem palavra,<br />

recuperam pouco a pouco a visão e a voz. Ele também iria empreender a<br />

grande viagem, a viagem do infinito, através dos mundos e das<br />

existências. Hermes já o absolvera e o julgara digno, tendo já lhe dito a<br />

palavra do grande enigma: “Uma única alma, a grande alma do Todo,<br />

gerou, dividindo-se, todas as almas que se movem no Universo”.<br />

Armado do grande segredo, o neófito subia na barca de Ísis. Ela<br />

partia. Soerguida nos espaços etéreos, ela flutuava nas regiões<br />

intersiderais. Ora amplos raios de uma imensa aurora varavam os véus<br />

azulados dos horizontes celestes, ora o coro dos, espíritos gloriosos, dos<br />

Auimu-Secu, que alcançaram o eterno repouso, cantava: “Levanta-te,<br />

Rá-Hermacuti! Sol dos espíritos! Aqueles que vão em tua barca estão<br />

em exaltação! Soltam exclamações na barca de milhões de anos. O<br />

grande ciclo divino transborda de alegria glorificando a grande barca<br />

sagrada. Celebram-se festas na capela misteriosa. Levanta-te, Âmon-Rá<br />

Hermacuti! Sol que a si mesmo se criou!” E o iniciado respondia com<br />

estas palavras orgulhosas: “Eu alcancei o país da verdade e da<br />

justificação. Ressuscito como um Deus vivo e brilho no coro dos<br />

Deuses que habitam o céu, porque sou de sua raça”.<br />

Tanto os pensamentos altivos como as esperanças audaciosas<br />

perseguiam o espírito do adepto, na noite que sucedia à cerimônia<br />

mística da ressurreição. No dia seguinte, nas avenidas do templo, sob a<br />

luz deslumbrante, não lhe parecia mais do que um sonho. Mas que<br />

sonho inolvidável fora essa primeira viagem no impalpável e no<br />

invisível... De novo ele lia a inscrição na estátua de Ísis: Nenhum mortal<br />

levantou meu véu.

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