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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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V<br />

A FAMÍLIA DE PITÁGORAS. A ESCOLA E SEUS DESTIN<strong>OS</strong><br />

309<br />

<strong>Entre</strong> as mulheres que seguiam o ensinamento do mestre, havia<br />

uma jovem de grande beleza. Seu pai, natural de Crotona, chamava-se<br />

Brontinos; ela, Teano. Pitágoras aproximava-se então dos sessenta anos.<br />

Mas o grande domínio sobre as paixões e uma vida pura, consagrada<br />

inteiramente à sua missão, haviam conservado intacta sua força viril. A<br />

juventude da alma, aquela chama imortal que o grande iniciado haure<br />

em sua vida espiritual e alimenta mediante as forças ocultas da natureza,<br />

brilhava nele e subjugava a todos os que o cercavam. O mago grego não<br />

estava no declínio, mas no apogeu de sua potência. Teano foi atraída<br />

para Pitágoras pela irradiação quase sobrenatural que emanava de sua<br />

pessoa. Grave, reservada, ela procurara junto ao mestre a explicação dos<br />

mistérios, que amava sem compreender. Mas, quando à luz da verdade,<br />

ao doce calor que a envolvia pouco a pouco, ela sentiu sua alma<br />

desabrochar do fundo de si mesma como a rosa mística de mil pétalas,<br />

quando ela sentiu que essa eclosão vinha dele e de sua palavra,<br />

apaixonou-se silenciosamente pelo mestre, com um entusiasmo sem<br />

limites e com um amor ardente.<br />

Pitágoras não tinha procurado atraí-la. Sua afeição pertencia a<br />

todos os discípulos. Sonhava apenas com sua escola, com a Grécia e<br />

com o futuro do mundo. Como muitos dos grandes adeptos, tinha<br />

renunciado à mulher para entregar-se todo à sua obra. A magia de sua<br />

vontade, a posse espiritual de tantas almas que ele formara e que a ele<br />

permaneciam ligadas como a um pai adorado, o incenso místico de<br />

todos esses amores inexprimidos que subiam até ele, e esse perfume<br />

delicado de simpatia humana que unia os irmãos pitagóricos – tudo isto<br />

substituía para ele a volúpia, a felicidade, o amor.<br />

Um dia, meditava sozinho sobre o futuro de sua Escola, na cripta<br />

de Proserpina. Viu então aproximar-se séria e resoluta, a bela virgem,<br />

com quem jamais falara em particular. Ela ajoelhou-se diante dele e<br />

abaixou a cabeça, suplicando ao mestre – a ele que tudo podia – que a

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