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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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Então, chegava-se a uma grande sala circular, iluminada pela luz<br />

fúnebre de raros lampadários. No centro, uma única coluna, uma árvore<br />

de bronze, cuja folhagem metálica se estende por todo o teto (3). Nessa<br />

folhagem incrustam-se quimeras, górgonas, hárpias, mochos, esfinges e<br />

estrígias, imagens que falavam de todos os males terrestres, de todos os<br />

demônios que se enfurecem contra o homem. Esses monstros,<br />

reproduzidos em metais reluzentes, enrolam-se na ramagem e, do alto,<br />

parecem espreitar sua presa. Sob a árvore, num trono magnífico, está<br />

sentado Plutão-Aidoneu com um manto purpurino. A seus pés, a<br />

nébride, Sua mão segura o tridente; seu semblante está carregado. Ao<br />

lado do rei dos Infernos, que jamais sorri, sua esposa: a alta e esbelta<br />

Perséfone. Os místicos a reconhecem como a hierofântida que já havia<br />

representado a deusa nos pequenos mistérios. Ela continua bela, mais<br />

bela talvez em sua melancolia. Mas, como está mudada, em sua veste de<br />

luto com lágrimas de prata, e com o diadema de ouro! Não é mais a<br />

Virgem da gruta. Agora ela conhece a vida de baixo e sofre. Reina sobre<br />

os poderes inferiores, é soberana entre os mortos, mas estrangeira em<br />

seu império. Um pálido sorriso aflora à sua fisionomia entristecida pela<br />

sombra do Inferno. Ah! nesse sorriso vê-se a ciência do Bem e do Mal,<br />

o encanto inexprimível da dor vivida e muda. O sofrimento ensina a<br />

piedade. Ela acolhe com um olhar de compaixão os místicos que se<br />

ajoelham e depõem a seus pés coroas de narciso. Então brilha em seus<br />

olhos uma chama lânguida, esperança perdida, longínqua lembrança do<br />

céu!<br />

De repente, no fundo de uma galeria que sobe, luzem tochas e,<br />

como o som de uma trombeta, conclama uma voz: “Vinde, místicos!<br />

Iaco voltou! Deméter espera sua filha. Evoé!” Os ecos sonoros do<br />

subterrâneo repetem este grito. Perséfone ergue-se no trono, como que<br />

despertada em sobressalto de um longo sono e trespassada por um<br />

pensamento fulgurante: “A luz! Minha mãe! Iaco!” Ela quer avançar,<br />

mas Aidoneu retém-na com um gesto, segurando suas vestes. E ela<br />

torna a cair sobre o trono, como morta. Então, os lampadários apagamse<br />

subitamente e uma voz grita: “Morrer é renascer!” Os místicos<br />

apressam-se pela galeria dos heróis e dos semideuses, em direção da

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