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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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de Júpiter dividiram entre si o império do mundo. Um reinava sobre o<br />

misterioso além; o outro reinava sobre os seres vivos.<br />

Encontramos em Apolo o Verbo solar, a Palavra universal, o<br />

grande Mediador, o Visnu dos hindus, o Mitras dos persas, o Hórus dos<br />

egípcios. Mas as velhas idéias do esoterismo asiático se revestiram, na<br />

lenda de Apolo, de uma beleza plástica, de um esplendor incisivo, que<br />

lhes permitiu infiltrarem-se mais profundamente na consciência humana<br />

como as flechas do Deus, “serpentes de asas brancas impelidas de seu<br />

arco de ouro”, segundo Ésquilo.<br />

Apolo irrompeu, da grande noite, em Delfos. Todas as deusas<br />

saúdam seu nascimento. Ele anda, toma o arco e a lira. Seus cabelos<br />

cacheados esvoaçam no ar, a aljava ressoa em seus ombros. E o mar<br />

palpita e toda a ilha resplandece num banho de fogo e ouro. É a epifania<br />

da luz divina, que por sua augusta presença cria a ordem, o esplendor e<br />

a harmonia, dos quais a poesia é o maravilhoso eco.<br />

O Deus segue para Delfos e fere com suas flechas uma serpente<br />

monstruosa que assolava a região, saneia o país e funda o templo,<br />

imagem da vitória daquela luz divina sobre as trevas e o mal. Nas<br />

religiões antigas, a serpente simbolizava ao mesmo tempo o círculo fatal<br />

da vida e o mal que dele resulta. Dessa compreensão advém o seu<br />

conhecimento. Apolo, matador da serpente, é o símbolo do iniciado que<br />

traspassa a natureza com a ciência, domina-a com sua vontade e,<br />

rompendo o círculo fatídico da carne, eleva-se no esplendor do espírito,<br />

enquanto os destroços da animalidade humana se contorcem na areia.<br />

Eis por que Apolo é o mestre das expiações, das purificações da alma e<br />

do corpo. Salpicado com o sangue do monstro, ele expiou, purificou-se<br />

num exílio de oito anos, sob os loureiros amargos e salubres do vale de<br />

Tempe.<br />

Apolo, educador dos homens, gosta de estar entre eles; sente-se<br />

bem nas cidades, entre a juventude masculina, nos concursos de poesia<br />

e oratória, mas ele aí fica só temporariamente. No outono, volta à sua<br />

pátria, ao país dos hiperbóreos. É o povo misterioso das almas<br />

luminosas e transparentes que vivem na eterna aurora de uma felicidade<br />

perfeita. Lá estão seus verdadeiros mestres e suas amadas sacerdotisas.

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