guimarães rosa - Academia Mineira de Letras
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AS RAÍZES MINEIRAS<br />
DE GUIMARÃES ROSA<br />
Guimarães Rosa<br />
A carta que abaixo publicamos, datada <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1963, foi<br />
escrita por Guimarães Rosa para o curvelano Paulo Emílio Pereira Diniz,<br />
profundo conhecedor da obra literária do saudoso escritor.<br />
O texto talvez não tenha para o leitor uma significação maior, embora<br />
apresente trechos nitidamente rosianos e outros tantos <strong>de</strong> singelas evocações<br />
<strong>de</strong> personagens e cida<strong>de</strong>s que povoaram o atraente universo do ilustre mineiro.<br />
Entretanto sua publicação agora se justifica, por se tratar <strong>de</strong> uma correspondência<br />
inédita, como também por coincidir com as expressivas comemorações<br />
do centenário <strong>de</strong> nascimento do autor <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Sertão: Veredas.<br />
Meu caro Paulo Emílio Pereira Diniz,<br />
J B T S<br />
Sua forte, bela carta – viva em simpatia e crepitando <strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong> – foi<br />
para mim uma alegria, mesmo, diferente, real, das mais, no meio dêstes* dias<br />
com barulhinho <strong>de</strong> festejo. Quero logo agra<strong>de</strong>cê-la, muito. Mensagens assim,<br />
pelo espontâneo, pelo calor que trazem, fazem, é que valem, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, para<br />
pagar a gente. Gratíssimo, pois, meu caro Paulo Emílio.<br />
E, ainda, peço-lhe, no quando tenha ocasião, dizer <strong>de</strong> mim a êsses outros<br />
Amigos, <strong>de</strong> que me fala: Dr. Dalton Canabrava, Dr. José Olímpio Borges Filho,<br />
Dr. Morse Belém Teixeira (o nosso Cyro dos Anjos já me falara nêle,<br />
entusiasmando-me), Jeovah Amaral, Ulisses Batista <strong>de</strong> Oliveira, Telmo Lívio<br />
Couto e Silva, Hélio Adjunto Botelho (<strong>de</strong>ve ser um daqueles bons paracatuanos,<br />
<strong>de</strong> longa estirpe), Valter Andra<strong>de</strong>, Dr. Juvenal Gonzaga, o Juquita <strong>de</strong><br />
Matos – que estarão sempre comigo na animadora lembrança fértil, amigos <strong>de</strong><br />
chão a fora e livro a <strong>de</strong>ntro.<br />
* Mantida a ortografia original.