guimarães rosa - Academia Mineira de Letras
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154 _______________________________________________ REVISTA DA ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS<br />
Na República Velha, <strong>de</strong>ntre outras figuras <strong>de</strong> resistência, <strong>de</strong>staca-se o<br />
trabalho <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro estadista do período, João Pinheiro, que morreu<br />
prematuramente como presi<strong>de</strong>nte do Estado <strong>de</strong> Minas – na época falava-se<br />
presi<strong>de</strong>nte e não governador. Homem <strong>de</strong> idéias largas e gene<strong>rosa</strong>s, vinha<br />
processando gran<strong>de</strong>s mudanças econômicas e sociais no Estado.<br />
Depois, tivemos Minas mais uma vez confrontando o po<strong>de</strong>r e participando<br />
ativamente da Revolução <strong>de</strong> 1930, esse marco histórico importante na<br />
história do Brasil. Logo em seguida, na época do Estado Novo, mais uma vez<br />
os mineiros voltaram a firmar o seu compromisso com a liberda<strong>de</strong> por meio do<br />
Manifesto dos Mineiros. Alguns intelectutais, como Edgar da Matta Machado,<br />
afrontavam a ditadura ao mesmo tempo em que <strong>de</strong>fendiam a preservação e<br />
ampliação dos direitos trabalhistas e sociais consolidados no período do Estado<br />
Novo.<br />
Mais à frente, no período da <strong>de</strong>mocracia, Minas Gerais teve uma fase <strong>de</strong><br />
disputa <strong>de</strong>mocrática muito instigante, com duas gran<strong>de</strong>s li<strong>de</strong>ranças, que se<br />
respeitavam, mas se enfrentavam politicamente <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>mocrática: Juscelino<br />
Kubitschek e Milton Campos. Vários outros momentos reeditaram interessantes<br />
disputas, com em 1960, com Magalhães Pinto versus Tancredo Neves.<br />
Em Minas há uma tradição muito boa <strong>de</strong> prevalecer o respeito. As<br />
pessoas não brigam, mas as idéias disputam, os projetos são colocados com<br />
clareza. É o exercício <strong>de</strong> um valioso valor <strong>de</strong>mocrático: o conflito, tão importante<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento das instituições, para o <strong>de</strong>senvolvimento social e<br />
econômico. Certamente, para cumprir esse propósito, é necessários que ele seja<br />
processado pacificamente pelas vias legais, institucionais e <strong>de</strong>ntro dos canais<br />
éticos e <strong>de</strong>mocráticos. Mas é importante lembrar sempre que vivemos em uma<br />
socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes e diferenças, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e regionais, e é<br />
fundamental que essas diferenças sejam colocadas por meio <strong>de</strong> projetos que<br />
expressem propostas, interesses e concepções para que a socieda<strong>de</strong> possa fazer<br />
a sua escolha.<br />
Faz parte do princípio republicano o compromisso com o bem comum,<br />
que tem sido uma marca das políticas públicas, especialmente das políticas<br />
sociais do governo do Presi<strong>de</strong>nte Lula e, especificamente do Ministério do<br />
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Trabalhamos com governos estaduais,<br />
municipais <strong>de</strong> todos os partidos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> critérios estabelecidos pela<br />
Constituição e pelas leis, <strong>de</strong>ntro dos princípios do Pacto Fe<strong>de</strong>rativo. Não<br />
discriminamos ninguém e da mesma forma buscamos, também, com critérios<br />
objetivos, parcerias com as organizações não governamentais, empresários,<br />
igrejas e universida<strong>de</strong>s comprometidos com o interesse coletivo. No entanto,