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guimarães rosa - Academia Mineira de Letras

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90 _______________________________________________ REVISTA DA ACADEMIA MINEIRA DE LETRAS<br />

O aparecimento da segunda edição dá-se cinco anos <strong>de</strong>pois, isto é, em<br />

setembro <strong>de</strong> 1951, pela Editora José Olympio, que se torna <strong>de</strong>tentora da tarefa e<br />

do privilégio <strong>de</strong> editar, daí por diante, todas as obras <strong>de</strong> Guimarães Rosa, o que<br />

fez, aliás, até que os per<strong>de</strong>sse – a tarefa e o privilégio – para a Editora Nova<br />

Fronteira.<br />

Embora a terceira edição tenha sido fruto <strong>de</strong> um minucioso trabalho <strong>de</strong><br />

revisão por parte do Autor, mais minuciosa ainda foi a revisão <strong>de</strong> que ela foi<br />

objeto <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> publicada. Assim, passados mais cinco anos, a quarta edição<br />

vem a público em janeiro <strong>de</strong> 1956, com profundas alterações e com a<br />

<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> versão <strong>de</strong>finitiva, firmada agora por João Guimarães Rosa,<br />

escrevendo-se o prenome João por extenso, com o qual o Autor passará a<br />

assinar a sua obra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.<br />

Mas, parodiando Eduardo Frieiro, que viu o diabo na livraria do<br />

Cônego, o crítico <strong>de</strong> hoje talvez veja o diabo nos originais <strong>de</strong> Guimarães Rosa.<br />

Declarar a quarta edição como <strong>de</strong>finitiva pouco significaria para esse<br />

endiabrado perfeccionista, que impulsionava a máquina <strong>de</strong> escrever e <strong>de</strong>pois,<br />

sobre a página datilografada, passava e repassava a caneta. Afinal <strong>de</strong> contas,<br />

que compromisso tão coercitivo assumiria ele com seus leitores e seus editores,<br />

ao <strong>de</strong>finir uma edição como <strong>de</strong>finitiva? Que compromisso o impediria <strong>de</strong><br />

submeter a obra a mais uma série <strong>de</strong> correções? Nenhum. Nenhum compromisso,<br />

nem mesmo a palavra <strong>de</strong>finitiva, o impedia <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a outra e mais<br />

outra acurada revisão. Assim, a quinta edição sai em abril <strong>de</strong> 1958, com<br />

revisões e com a nova <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> retocada – forma <strong>de</strong>finitiva. Aí, sim, valeu<br />

a promessa. Porque, na sexta edição, <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1964, faz ele apenas alguns<br />

pequenos retoques, que serão os últimos. Esse texto, o da sexta edição, po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado o texto <strong>de</strong>finitivo <strong>de</strong> Sagarana. A partir daí, a obra será objeto <strong>de</strong><br />

duas reimpressões ainda em vida do Autor, isto é, até a oitava, em maio<br />

<strong>de</strong> 1967, vindo ele a falecer em 19 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong>sse mesmo ano. Mas o<br />

impacto da obra não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> crescer, chegando a nume<strong>rosa</strong>s reproduções<br />

póstumas, a partir da nona, que se dá ainda em 1967, um mês <strong>de</strong>pois da morte<br />

do Escritor.<br />

Hoje, temos diante <strong>de</strong> nós a sexagésima quarta impressão, feita em 2006,<br />

pela Editora Nova Fronteira. Aliás, a ficha catalográfica <strong>de</strong> abertura do livro<br />

assinala a data <strong>de</strong> 2001. Porém, creio ser mais confiável a data que se lê no<br />

colofão, 2006. Ora, <strong>de</strong> 1946, data da primeira edição até hoje, 2006, temos<br />

sessenta anos. Não há como negar: sessenta e quatro edições em sessenta anos<br />

atestam o sucesso editorial <strong>de</strong> Sagarana, cifrado na expressiva média <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> uma edição por ano.

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