guimarães rosa - Academia Mineira de Letras

Perfil acadêmico
HUMOR INTELIGENTE E
CRÍTICO NA DOSE CERTA
Beatriz Teixeira de Salles*
Ele não é criador de ornitorrincos em Salto da Divisa nem
domador de abelhas em Piripiri – designações no estilo das que
costuma usar para se apresentar ao final de suas crônicas. O
acadêmico Eduardo Almeida Reis, ocupante da cadeira nº 24 da
Academia Mineira de Letras, faz da ironia sua arma junto ao
teclado. Bem informado e, antes de tudo, bem-humorado, ele é
daqueles que conseguem, a partir dos fatos cotidianos – e ele mesmo lembra
que o Brasil é pródigo em inspiração –, escrever crônicas saborosas que são
momentos de pura descontração para seus leitores. Em entrevista, Eduardo
Almeida Reis fala de suas andanças por aí, antes de aportar em Belo Horizonte,
literatura, criação e um pouco mais.
Nascido no Rio, você se mudou para Belo Horizonte apenas na
década de 90. O que o trouxe para cá?
Meus patrões sediados aqui. Mudei-me em 1998 porque desejava,
também, participar da vida acadêmica.
Escrever com ironia parece ser um desafio maior do que a escrita
“séria”. Principalmente com regularidade, como é seu caso. Onde encontra
tanta inspiração?
A ironia é o lirismo da desilusão (Rangel Coelho, poeta). Quanto à
inspiração, o país ajuda. No dia em que assumi o compromisso de “cronicar”
* Jornalista