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as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

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3. CISTER EM PORTUGAL: DAS ORIGENS À ACTUALIDADE<br />

3.1.<br />

CISTER NA CONSOLIDAÇÃO DA NACIONALIDADE: a importância <strong>de</strong> D. Afonso<br />

Henriques<br />

O estado português, <strong>em</strong> construção, foi evoluindo para a criação <strong>de</strong> uma nação<br />

ao dotar os seus habitantes <strong>de</strong> form<strong>as</strong> própri<strong>as</strong> <strong>de</strong> a reconhecer e <strong>de</strong> um sentido<br />

<strong>de</strong> consciência, uno e coeso, <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> composta por muit<strong>as</strong> gentes,<br />

dotada <strong>de</strong> costumes variados, m<strong>as</strong> <strong>de</strong> uma mesma língua. Portugal enquanto<br />

nação foi ganhando forma e foi-se consolidando. Surgiram <strong>as</strong> primeir<strong>as</strong><br />

organizações sist<strong>em</strong>átic<strong>as</strong> do monaquismo medieval, que chegaram a Portugal<br />

pela via borgonhesa, tão familiar a D. Afonso Henriques, provocando repercussões<br />

não só a nível social e geográfico m<strong>as</strong> também económico e político.<br />

A Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister é introduzida <strong>em</strong> Portugal, no século XII, num momento<br />

<strong>em</strong> que a Or<strong>de</strong>m ainda se encontrava na primeira f<strong>as</strong>e <strong>de</strong> expansão e Portugal<br />

começava a <strong>de</strong>senvolver-se enquanto nação. A primeira fundação <strong>cister</strong>ciense<br />

<strong>em</strong> Portugal é S. João <strong>de</strong> Tarouca <strong>em</strong> 1143, o mesmo ano <strong>em</strong> que Afonso VII, rei<br />

<strong>de</strong> Leão e C<strong>as</strong>tela reconheceu a Afonso Henriques o título <strong>de</strong> rei da “Portucalensis<br />

terra”.<br />

Segundo o cronista <strong>cister</strong>ciense Fr. António <strong>de</strong> Brito, a primeira data<br />

m<strong>em</strong>orável que fixa o n<strong>as</strong>cimento <strong>de</strong> Portugal enquanto Nação, é a Batalha <strong>de</strong><br />

Ourique a 25 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1139, data a partir da qual D. Afonso Henriques p<strong>as</strong>sa a<br />

intitular-se rei e até então apen<strong>as</strong> apelidada <strong>de</strong> Condado portucalense. 1<br />

Neste momento, Braga era a capital religiosa do reino, Guimarães a capital<br />

política e Portucale (hoje Porto), na foz do rio Douro, a verda<strong>de</strong>ira metrópole<br />

comercial on<strong>de</strong> eram feit<strong>as</strong> <strong>as</strong> divers<strong>as</strong> troc<strong>as</strong> comerciais.<br />

A norte, <strong>as</strong> fronteir<strong>as</strong> encontravam-se já b<strong>em</strong> <strong>de</strong>marcad<strong>as</strong> e pouc<strong>as</strong><br />

alterações houve no <strong>de</strong>linear da linha da raia minhota que hoje se po<strong>de</strong> observar.<br />

Porém séculos mais tar<strong>de</strong> este vai ser um território <strong>em</strong> constante mutação <strong>de</strong>vido<br />

às guerr<strong>as</strong> da restauração do séc. XVII (a nacionalida<strong>de</strong> seria restaurada após o<br />

reinado filipino <strong>em</strong> 1640).<br />

Os territórios a sul, nos primórdios da nacionalida<strong>de</strong>, tinham como limite a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra. A Reconquista vai-se efectuando <strong>de</strong> norte para sul, tentando<br />

ganhar o máximo possível <strong>de</strong> território, até então com ocupação islâmica. Foi<br />

necessário ganhar a batalha <strong>de</strong> Santarém (1147) e conquistar a cida<strong>de</strong>, para esse<br />

facto ser exequível D. Afonso Henriques terá pedido a intercessão <strong>de</strong> S. Bernardo.<br />

Em agra<strong>de</strong>cimento e reconhecimento, pela intercessão <strong>de</strong> Bernardo <strong>de</strong> Claraval,<br />

D. Afonso Henriques oferece aos monges <strong>cister</strong>cienses <strong>as</strong> terr<strong>as</strong> on<strong>de</strong> foi construído<br />

o Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong> Alcobaça e on<strong>de</strong> proliferou a arte da agricultura e<br />

<strong>as</strong> divers<strong>as</strong> indústri<strong>as</strong> dos Coutos <strong>de</strong> Alcobaça.<br />

1 Cfr COCHERIL, Dom Maur; D. Afonso Henriques et les pr<strong>em</strong>iers <strong>cister</strong>ciens portugais in “Separata d<strong>as</strong> Act<strong>as</strong> do<br />

Congresso Histórico <strong>de</strong> Guimarães e sua Colegiada”; vol. V; Guimarães; 1982; p. 321<br />

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