13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

um cálculo razoável. Assim, “Durante o Inverno, isto é <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>as</strong> calend<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro até à Páscoa, levant<strong>em</strong>-se os monges à oitava hora da noite, que se<br />

há-<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar segundo um cálculo razoável” 167 Deste modo a uma hora<br />

po<strong>de</strong>riam correspon<strong>de</strong>r <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 45 a 75 minutos nos mol<strong>de</strong>s da medição actual<br />

do t<strong>em</strong>po. 168<br />

O dia <strong>de</strong> um monge <strong>cister</strong>ciense t<strong>em</strong> início, na Igreja, com <strong>as</strong> Vigíli<strong>as</strong> 169<br />

pel<strong>as</strong> du<strong>as</strong> ou três da madrugada, conforme a época do ano e por<br />

consequência est<strong>as</strong> duram cerca <strong>de</strong> uma hora a uma hora e meia.<br />

Com a madrugada iniciam-se <strong>as</strong> Lau<strong>de</strong>s 170 sendo a eucaristia celebrada<br />

próximo d<strong>as</strong> sete da manhã.<br />

O ofício que se seguia era a Prima. Mais tar<strong>de</strong> na Sala do Capítulo eram<br />

lidos, <strong>em</strong> voz alta, um capítulo da Regra <strong>de</strong> S. Bento <strong>as</strong>sim como a martirologia,<br />

vári<strong>as</strong> orações eram efectuad<strong>as</strong> para pedir a graça <strong>de</strong> Deus para mais um dia<br />

<strong>de</strong> trabalho que se seguia às instruções dad<strong>as</strong> pelo aba<strong>de</strong>.<br />

Por último, ainda na Sala do Capítulo eram anunciados os nomes dos<br />

irmãos falecidos n<strong>as</strong> vári<strong>as</strong> c<strong>as</strong><strong>as</strong> da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister. Depois do Capitulum<br />

segue-se a lectio divina, ou seja uma hora a du<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> <strong>de</strong> leitura espiritual até<br />

ao ofício da Tércia 171 .<br />

De seguida cada monge executa o trabalho que lhe foi <strong>de</strong>stinado pelo<br />

aba<strong>de</strong>. Os mais jovens que ainda não tivess<strong>em</strong> sido or<strong>de</strong>nados preparam-se<br />

para tal através do estudo não só d<strong>as</strong> escritur<strong>as</strong> como também <strong>de</strong> teologia,<br />

filosofia, lei canónica e história da Igreja. Por volta do meio-dia, após o período<br />

<strong>de</strong> trabalho, é t<strong>em</strong>po do ofício da sexta 172 .<br />

Depois do ofício é altura da refeição que t<strong>em</strong> lugar no refeitório. Os<br />

monges dão <strong>as</strong> graç<strong>as</strong> e com<strong>em</strong> <strong>em</strong> silêncio absoluto ouvindo a leitura<br />

efectuada <strong>em</strong> voz alta por um monge durante todo o período da refeição. São<br />

lidos trechos d<strong>as</strong> escritur<strong>as</strong> seguidos <strong>de</strong> outros textos espirituais seleccionados<br />

pelo aba<strong>de</strong>.<br />

Após a refeição os monges estão livres para orar ou ler conforme a sua<br />

vonta<strong>de</strong>. Por volta d<strong>as</strong> du<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> da tar<strong>de</strong> é t<strong>em</strong>po do ofício da Noa 173 sendo<br />

167 Ver capítulo VIII R.S.B. in Regra do Patriarca S. Bento; traduzido e anotado do latim pelos Monges <strong>de</strong><br />

Singeverga; 2ª edição; Edições “Ora & Labora”; Mosteiro <strong>de</strong> Singeverga; Singeverga; 1992; p. 45<br />

168 Ver Regra do Patriarca S. Bento; traduzido e anotado do latim pelos Monges <strong>de</strong> Singeverga; 2ª edição;<br />

Edições “Ora & Labora”; Mosteiro <strong>de</strong> Singeverga; Singeverga; 1992<br />

169 Também <strong>de</strong>signad<strong>as</strong> por Matin<strong>as</strong>, do latim matutinus que significa <strong>de</strong> manhã. É a primeira d<strong>as</strong> sete hor<strong>as</strong><br />

canónic<strong>as</strong> <strong>de</strong> oração, é recitada à meia-noite ou às primeir<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> do dia. Ver HERVÉ, Lucien; Architecture<br />

of Truth – The Cistercian Abbey of Le Thoronet; Phaidon Press Limited; 2001; p.155<br />

170 Do latim Laus que significa louvor. É a segunda d<strong>as</strong> sete hor<strong>as</strong> canónic<strong>as</strong> <strong>de</strong> oração, é recitada ao<br />

amanhecer com o levantar do sol. Ver HERVÉ, Lucien; Op. cit.; p.156<br />

171 Do latim Tertius que significa terceiro e <strong>de</strong> Tertia hora, a terceira hora do dia romano. É a terceira d<strong>as</strong> sete<br />

hor<strong>as</strong> canónic<strong>as</strong> <strong>de</strong> oração, é recitada cerca d<strong>as</strong> 9h00m. Ver HERVÉ, Lucien; Op. cit.; p.157<br />

172 Do latim Sexta hora que significa Sexta hora. É a quarta d<strong>as</strong> sete hor<strong>as</strong> canónic<strong>as</strong> <strong>de</strong> oração, é<br />

coinci<strong>de</strong>nte com o meio do dia. Ver HERVÉ, Lucien; Op. cit.; p.157<br />

173 Do latim Nona hora que significa Nona hora. É a quinta d<strong>as</strong> sete hor<strong>as</strong> canónic<strong>as</strong> <strong>de</strong> oração, é recitada<br />

cerca d<strong>as</strong> 15h00m. Ver HERVÉ, Lucien; Op. cit.; p.158.<br />

281

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!