13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

166<br />

3. CISTER EM PORTUGAL: DAS ORIGENS À ACTUALIDADE<br />

<strong>cister</strong>ciense no país: Santa Maria <strong>de</strong> Salzed<strong>as</strong> e S.Pedro d<strong>as</strong> Águi<strong>as</strong>. A necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produzir vinho <strong>de</strong> missa leva os Cistercienses a criar vinhedos, proporcionando<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento da cultura da vinha e o fomento do comércio <strong>de</strong> vinhos. No<br />

âmbito europeu, curiosamente m<strong>as</strong> previsivelmente, observa-se que o<br />

<strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> vinh<strong>as</strong> e vinhedos coinci<strong>de</strong> com a expulsão dos monges. 61<br />

De igual modo, inseridos na região d<strong>as</strong> Beir<strong>as</strong>, se encontram os mosteiros <strong>de</strong><br />

Santa Maria <strong>de</strong> Salzed<strong>as</strong> (1191) e S. Pedro d<strong>as</strong> Águi<strong>as</strong> (séc. XII, com nova<br />

implantação no séc. XVI), que <strong>em</strong> muito elevaram a acção <strong>cister</strong>ciense no país.<br />

Ambos os mosteiros são ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> sítios, prática corrente <strong>em</strong><br />

Mosteiros Cistercienses, c<strong>as</strong>o a sua implantação não fosse favorável.<br />

No que respeita ao Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong> Salzed<strong>as</strong> existe uma primeira<br />

implantação a NE da qual se encontram vestígios arqueológicos <strong>em</strong> terrenos<br />

pertencentes a um particular (Quinta da Abadia Velha). É possível vislumbrar n<strong>as</strong><br />

ruín<strong>as</strong> da Abadia Velha <strong>de</strong> Salzed<strong>as</strong> (1168) a marca <strong>de</strong> Cister numa igreja<br />

românica e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte que apresenta vestígios <strong>de</strong> três naves, transepto<br />

saliente, cabeceira composta da qual se <strong>de</strong>stacam a absi<strong>de</strong> e absidíolo<br />

poligonais, invulgares nos mosteiros <strong>cister</strong>cienses uma vez que habitualmente<br />

apresentavam uma cabeceira recta.<br />

Aquela que é actualmente a Igreja do antigo Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong><br />

Salzed<strong>as</strong> permitiu revelar, após obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> conservação, a existência da primitiva<br />

igreja <strong>de</strong> característic<strong>as</strong> românic<strong>as</strong> trazendo à luz do dia capitéis, colun<strong>as</strong> e arcos<br />

ogivais que se encontravam “<strong>em</strong>butidos”, na actual igreja, fazendo parte<br />

integrante da sua estrutura, como se trat<strong>as</strong>se do esqueleto <strong>de</strong> um organismo vivo<br />

e at<strong>em</strong>poral que é o próprio edifício.<br />

Po<strong>de</strong>-se mesmo referenciar a existência <strong>de</strong> três igrej<strong>as</strong> do mosteiro <strong>de</strong> Santa<br />

Maria <strong>de</strong> Salzed<strong>as</strong>: <strong>as</strong> ruín<strong>as</strong> da Abadia Velha e a actual igreja, que se apresenta<br />

verda<strong>de</strong>iramente como du<strong>as</strong> igrej<strong>as</strong> numa só, a primitiva e estrutural por um lado<br />

e a subsequente que funciona qu<strong>as</strong>e como uma “pele” <strong>em</strong> relação à anterior.<br />

Assim, do período medieval r<strong>em</strong>anesce a igreja do mosteiro que apresenta<br />

planta <strong>em</strong> cruz latina, três naves e transepto saliente sendo a cabeceira<br />

composta por cinco capel<strong>as</strong> absidiais escalonad<strong>as</strong>, c<strong>as</strong>o raro no panorama do<br />

românico português. Porém, <strong>de</strong>ste período apen<strong>as</strong> subsistiu um absidíolo s<strong>em</strong>icircular,<br />

no braço norte do transepto, com colun<strong>as</strong> adossad<strong>as</strong> no exterior.<br />

Do mesmo modo existe o Mosteiro <strong>de</strong> S. Pedro d<strong>as</strong> Águi<strong>as</strong> (o novo) que se<br />

encontra <strong>as</strong>sociado a uma produtora <strong>de</strong> vinho do Porto (chamada Quinta do<br />

Convento) e que foi antecedido pelo Mosteiro <strong>de</strong> S. Pedro d<strong>as</strong> Águi<strong>as</strong> (o velho) do<br />

qual subsiste ainda hoje a Igreja. Do Mosteiro <strong>de</strong> S. Pedro d<strong>as</strong> Águi<strong>as</strong> (o velho),<br />

concelho <strong>de</strong> Tabuaço, subsiste a Igreja românica <strong>de</strong> planta simples dotada <strong>de</strong><br />

nave única e capela-mor rectangular.<br />

61 Ver COCHERIL, Dom Maur; Etu<strong>de</strong>s sur le monachisme en Espagne et au Portugal; Collection Portugaise sous le<br />

patronage <strong>de</strong> l’institute français au Portugal; societe d’editions “Les Belles Lettres” - Paris; Livraria Bertrand –<br />

Lisbonne; 1966 ; p. 367

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!