13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

A Regra <strong>de</strong> S. Bento dotou o mosteiro <strong>de</strong> um programa que por sua vez gerou a<br />

planimetria da sua arquitectura:<br />

“Com o objectivo <strong>de</strong> perpetuar entre <strong>as</strong> abadi<strong>as</strong> uma unida<strong>de</strong><br />

indissolúvel, estabeleceu-se como norma supr<strong>em</strong>a que a Regra <strong>de</strong><br />

S. Bento será interpretada <strong>de</strong> uma única maneira e que ninguém se<br />

af<strong>as</strong>te daí, mesmo que seja um pequeno traço.” 127<br />

O que a arquitectura <strong>cister</strong>ciense aporta <strong>de</strong> novo é uma simplicida<strong>de</strong> e uma<br />

coerência inédit<strong>as</strong> no seu t<strong>em</strong>po. Ao ter sido b<strong>as</strong>eada no rigor e na razão do<br />

pensamento <strong>de</strong> S. Bernardo foi e ainda é muit<strong>as</strong> vezes apelidada <strong>de</strong><br />

arquitectura bernardina.<br />

Consequent<strong>em</strong>ente quando surge uma referência à planta d<strong>as</strong> igrej<strong>as</strong><br />

<strong>cister</strong>cienses encontra-se, muit<strong>as</strong> vezes, a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> planta bernardina ou<br />

“bernardinischer Grundtypus”. 128<br />

S. Bernardo uniu a experiência estética e a religiosa permitindo criar<br />

hipóteses e conclusões acerca <strong>de</strong> uma construção e disposição dos diferentes<br />

espaços arquitectónicos <strong>de</strong> “more nostro”, tendo por b<strong>as</strong>e o chamado plano<br />

bernardino, apesar <strong>de</strong> nada ter escrito especialmente sobre este <strong>as</strong>sunto.<br />

A planta d<strong>as</strong> igrej<strong>as</strong> <strong>cister</strong>cienses, é caracterizada por uma cruz latina<br />

conformada por um corpo longitudinal com três naves, estando voltada para<br />

oriente a cabeceira rectilínea e sendo também dotada <strong>de</strong> um transepto<br />

regular saliente, apresentando a oci<strong>de</strong>nte um coro rectangular, flanqueado por<br />

fil<strong>as</strong> paralel<strong>as</strong> e simétric<strong>as</strong> <strong>de</strong> capel<strong>as</strong> igualmente quadrangulares.<br />

Esta planta, tant<strong>as</strong> vezes apelidada <strong>de</strong> plano bernardino, não mantém o<br />

seu princípio unificador no seu traçado, ou <strong>de</strong>senho, m<strong>as</strong> sim no método<br />

utilizado na sua obtenção.<br />

O método caracteriza-se pela obtenção do traçado através <strong>de</strong> dois<br />

módulos b<strong>as</strong>e que possu<strong>em</strong> entre si uma relação <strong>de</strong> três para quatro. Este será<br />

o processo metodológico utilizado na elaboração da referida planimetria e não<br />

só serve para regular a planta m<strong>as</strong> também <strong>as</strong> elevações ou alçados e todo o<br />

corpo monástico. Como refere Romanini:<br />

“Porque <strong>as</strong> igrej<strong>as</strong> são uma parte homogénea <strong>de</strong>sse complexo,<br />

<strong>as</strong>similável a tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> outr<strong>as</strong>, incluindo <strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho, a<br />

re<strong>de</strong> viária e o traçado d<strong>as</strong> canalizações, que penetrando cada<br />

vez mais longe nos campos cultivados para melhor os estruturar,<br />

acabam por mo<strong>de</strong>lá-los à sua própria imag<strong>em</strong>. (...) Mais ainda: a<br />

traça bernardina regulamenta com igual precisão <strong>as</strong> máxima e <strong>as</strong><br />

mínima, <strong>as</strong> volut<strong>as</strong> <strong>de</strong> um capitel ou <strong>as</strong> canalizações <strong>de</strong> pedra dos<br />

127 Ver Capitula, cap. IX in “CISTER: os Documentos Primitivos”; Tradução, Introduções e Comentários <strong>de</strong> Aires<br />

A. N<strong>as</strong>cimento; Edições Colibri; Lisboa; Março 1999; p. 57<br />

128 Esta nomenclatura é utilizada por autores como Esser, Eydoux, Romani, Vitti.<br />

255

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!