13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

280<br />

4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

água e articulavam-se directamente com o claustro. A cozinha separava o<br />

refeitório dos monges do refeitório dos conversos.<br />

Na face oci<strong>de</strong>ntal encontra-se a ala dos conversos que comunica com a<br />

igreja por uma porta localizada no ângulo sudoeste do claustro. É também aqui<br />

que se localiza o celeiro que por se encontrar voltado face a Oeste, recebe<br />

apen<strong>as</strong> a incidência do sol do atar<strong>de</strong>cer.<br />

Na face oriental encontra-se, no piso térreo, a sacristia e a sala capitular<br />

flanquead<strong>as</strong> por p<strong>as</strong>sagens que permit<strong>em</strong> aos monges a saída, para os<br />

campos e terrenos no interior da cerca monástica, salvaguardando a clausura.<br />

No piso superior <strong>de</strong>sta ala encontra-se o dormitório dos monges que comunica<br />

directamente, através <strong>de</strong> uma escada, com a igreja pelo braço adjacente do<br />

transepto. O dormitório ocupava longitudinalmente todo o piso superior e<br />

ficava virado a Este, para ter sol logo <strong>de</strong> manhã.<br />

No ângulo sueste do claustro, ainda no que respeita à ala dos monges e<br />

ao seu piso térreo, antes da porta <strong>de</strong> acesso à igreja localiza-se o armarium que<br />

consistia num estreito vestíbulo on<strong>de</strong> os monges dispunham os seus livros antes<br />

<strong>de</strong> entrar<strong>em</strong> para a igreja ou <strong>de</strong> saír<strong>em</strong> para os terrenos adjacentes.<br />

4.4.<br />

TEMPO vs. ESPAÇO: A JORNADA CISTERCIENSE<br />

A vida <strong>de</strong> clausura e <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> professada numa comunida<strong>de</strong><br />

monástica <strong>cister</strong>ciense pressupõe uma forte convicção aliada a uma profunda<br />

vocação. Os momentos fundamentais do dia-a-dia <strong>cister</strong>ciense conjugam<br />

t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> oração, <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> cont<strong>em</strong>plação, que por<br />

sua vez são equilibrados através da santificação do próprio t<strong>em</strong>po.<br />

S. Bento divi<strong>de</strong> o ano <strong>em</strong> apen<strong>as</strong> du<strong>as</strong> estações: Inverno e Verão. O<br />

Inverno era contabilizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro 166 dia <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro até à Páscoa, e<br />

o Verão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Páscoa até ao primeiro dia <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Quanto ao dia este rege-se pelo sist<strong>em</strong>a horário romano, ou seja, o dia e a<br />

noite dividiam-se <strong>em</strong> doze partes correspon<strong>de</strong>ntes às hor<strong>as</strong>. A noite<br />

contabilizava-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o oc<strong>as</strong>o ao n<strong>as</strong>cer do sol e o dia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o n<strong>as</strong>cer do sol<br />

ao oc<strong>as</strong>o. Ao fim da sexta hora da noite correspondia a meia-noite e ao fim da<br />

sexta hora do dia correspondia o meio-dia. Como os di<strong>as</strong> <strong>de</strong> Inverno eram mais<br />

curtos <strong>as</strong> hor<strong>as</strong> do dia eram igualmente reduzid<strong>as</strong> sendo <strong>as</strong> hor<strong>as</strong> da noite mais<br />

long<strong>as</strong>.<br />

No Verão, pelo contrário, como os di<strong>as</strong> eram maiores, acontecia<br />

precisamente o inverso sendo <strong>as</strong> hor<strong>as</strong> do dia mais long<strong>as</strong> que <strong>as</strong> da noite. Por<br />

este motivo S. Bento refere na Regra que a hora se <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>terminar segundo<br />

166 Calend<strong>as</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!