13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

224<br />

4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o plano d<strong>as</strong> abadi<strong>as</strong> à simplicida<strong>de</strong> dos materiais escolhidos tudo se<br />

conjuga para elevar a procura <strong>de</strong> Deus e busca da santida<strong>de</strong> (Fig. 120).<br />

Fig. 120 Abadia <strong>de</strong> Fontenay, França (arquivo da autora)<br />

Para os <strong>de</strong>fensores da via <strong>as</strong>cética e da pobreza, apen<strong>as</strong> através da libertação<br />

dos bens materiais e da dádiva po<strong>de</strong> o Hom<strong>em</strong> encontrar o amor espiritual e<br />

Deus. Cister é uma rigorosa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> perfeição, a arte <strong>cister</strong>ciense é<br />

austera, <strong>de</strong>spojada, disciplinada fundamentando-se na busca <strong>de</strong> pureza <strong>de</strong><br />

linh<strong>as</strong>.<br />

Deste modo é feita a apologia <strong>de</strong> uma “estética da pobreza” segundo a<br />

qual apen<strong>as</strong> <strong>de</strong>verão ser apresentad<strong>as</strong> form<strong>as</strong> funcionais extr<strong>em</strong>amente<br />

simples, limitando-se à essência.<br />

Consequent<strong>em</strong>ente, a uma opulência exuberante que está patente na<br />

arte românica, opõe-se uma estética da pobreza e da simplicida<strong>de</strong> que se<br />

limita ao essencial, apresentando apen<strong>as</strong> form<strong>as</strong> funcionais <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a<br />

simplicida<strong>de</strong> m<strong>as</strong> plena <strong>de</strong> significações.<br />

É essa exuberância <strong>de</strong>corativa românica que S. Bernardo censura para os<br />

mosteiros <strong>cister</strong>cienses referindo:<br />

“De resto, nos claustros, diante dos irmãos a fazer leitur<strong>as</strong>, que faz<br />

aquela ridícula monstruosida<strong>de</strong>, aquela disforme beleza e bela<br />

disformida<strong>de</strong>? Para que estão lá aqueles imundos macacos? Para<br />

quê os leões ferozes? Para quê os centauros monstruosos? Para quê<br />

os s<strong>em</strong>i-homens? Para quê os tigres às manch<strong>as</strong>? Para quê os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!