13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

3. CISTER EM PORTUGAL: DAS ORIGENS À ACTUALIDADE<br />

Na sua génese não houve uma tentativa explícita <strong>de</strong> efectuar o corte com a<br />

autorida<strong>de</strong> do Capítulo Geral da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister, m<strong>as</strong> era um facto que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

há muito os Aba<strong>de</strong>s portugueses não participavam no Capítulo Geral.<br />

O Car<strong>de</strong>al D. Henrique obteve do Papa Gregório XIII o privilégio <strong>de</strong><br />

permanecer responsável pelo Mosteiro <strong>de</strong> santa Maria <strong>de</strong> Alcobaça e ser o<br />

primeiro Aba<strong>de</strong> Geral da Congregação<br />

Com a Congregação Autónoma instituíram-se abaciados trienais e<br />

reformaram-se velhos costumes como n<strong>as</strong> <strong>de</strong>mais congregações <strong>cister</strong>cienses. Tal<br />

como nest<strong>as</strong>, também a Congregação Autónoma <strong>de</strong> Alcobaça possuía um<br />

“Aba<strong>de</strong> Geral” que era, <strong>em</strong> Portugal, simultaneamente Aba<strong>de</strong> do Mosteiro <strong>de</strong><br />

Santa Maria <strong>de</strong> Alcobaça.<br />

Os aba<strong>de</strong>s eram eleitos pelo Capítulo Geral e podiam sê-lo por du<strong>as</strong> vezes.<br />

Os visitadores possuíam plenos po<strong>de</strong>res para aplicar <strong>as</strong> norm<strong>as</strong> da Congregação<br />

Autónoma <strong>de</strong> Alcobaça. Procurava-se restabelecer e melhorar a observância<br />

<strong>cister</strong>ciense adaptando-a aos novos t<strong>em</strong>pos longe da época medieval e dos seus<br />

usos. A observância <strong>cister</strong>ciense foi adaptada às norm<strong>as</strong> e reform<strong>as</strong> da Igreja e<br />

Or<strong>de</strong>ns Religios<strong>as</strong> ditad<strong>as</strong> pelo Concílio <strong>de</strong> Trento. Os monges <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> possuir<br />

o voto <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ndo mesmo <strong>de</strong>r <strong>de</strong>slocados para outros mosteiros<br />

através do voto <strong>de</strong> obediência. 43<br />

Esta foi uma época <strong>de</strong> renovação espiritual, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s obr<strong>as</strong> e restauros,<br />

<strong>de</strong> investimento na formação (Fig. 53), tudo o que levou à existência <strong>de</strong> monges<br />

ou monj<strong>as</strong> que eram <strong>em</strong> simultâneo gran<strong>de</strong>s intelectuais e homens ou mulheres <strong>de</strong><br />

elevado valor.<br />

“Foram centúri<strong>as</strong> <strong>em</strong> que brilharam intelectuais <strong>cister</strong>cienses com obra<br />

própria, c<strong>as</strong>o <strong>de</strong> teólogos e sobretudo historiógrafos, florescendo n<strong>as</strong><br />

divers<strong>as</strong> abadi<strong>as</strong> da Or<strong>de</strong>m, artist<strong>as</strong> como músicos, barrist<strong>as</strong>,<br />

iluminadores, arquitectos e escultores.(...) Conheceu a Congregação<br />

portuguesa, nos alvores <strong>de</strong> Setecentos, a confirmação da elevação<br />

aos altares d<strong>as</strong> Beat<strong>as</strong> Sancha, Teresa e Mafalda. Como <strong>em</strong> Ávila,<br />

também <strong>em</strong> Portugal se conheceram, posto que mais mo<strong>de</strong>st<strong>as</strong>,<br />

religios<strong>as</strong> visionári<strong>as</strong>, <strong>de</strong> que o ex<strong>em</strong>plo mais divulgado é o da Madre<br />

Benta <strong>de</strong> Aguiar, aba<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Cós falecida <strong>em</strong> 1578, a qual o Car<strong>de</strong>al<br />

D. Henrique mandava consultar frequent<strong>em</strong>ente” 44<br />

43 Cfr. PASCUAL, F. Francisco Rafael <strong>de</strong>; Op. Cit. / Cfr. GOMES, Saul António; Op. Cit. / Cfr. GOMES, Saul António; A<br />

Congregação <strong>cister</strong>cienses <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong> Alcobaça nos séculos XVI e XVII: el<strong>em</strong>entos para o seu<br />

conhecimento in “Lusitania Sacra”; tomo XVIII; 2ª série; Centro <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> História Religiosa – Universida<strong>de</strong><br />

Católica Portuguesa; Lisboa, 2006; pp. 375-431<br />

44 Cfr. GOMES, Saul António; Oito séculos <strong>de</strong> Cister <strong>em</strong> Portugal: questões <strong>em</strong> aberto in in “Act<strong>as</strong> <strong>de</strong>l III Congreso<br />

Internacional sobre el Císter en Galicia y en Portugal”; tomo I; Ediciones Monte C<strong>as</strong>ino; Zamora 2006; p.54<br />

139

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!