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as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

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4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

“Nenhum mosteiro po<strong>de</strong>rá ser erigido <strong>em</strong> cida<strong>de</strong>, burgo ou al<strong>de</strong>ia.<br />

Não se po<strong>de</strong> enviar um novo aba<strong>de</strong> para fazer uma nova<br />

fundação s<strong>em</strong> pelo menos doze monges, s<strong>em</strong> que entre os livros<br />

haja um saltério, um himnário, um colectário, um antifonário, um<br />

gradual, uma Regra, um missal, n<strong>em</strong> antes <strong>de</strong> naquele local ter<strong>em</strong><br />

sido levantados os edifícios do oratório, do refeitório, da c<strong>as</strong>a para<br />

hóspe<strong>de</strong>s e para o porteiro; isto para que imediatamente possam<br />

servir a Deus e levar uma vida regular.<br />

Fora dos muros do mosteiro não se construa qualquer edifício<br />

<strong>de</strong>stinado a habitação, que não seja o dos animais.” 14<br />

Razões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m espiritual e material exerceram um papel <strong>de</strong>cisivo na escolha<br />

do local on<strong>de</strong> iria ser edificado cada mosteiro da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister. Surge a<br />

existência <strong>de</strong> uma tipologia, dos sítios nos quais eram fundados os novos<br />

mosteiros, que se encontra <strong>de</strong> acordo com o espírito e modo <strong>de</strong> vida levado a<br />

cabo pelos <strong>cister</strong>cienses, resultando <strong>as</strong>sim numa integração arquitectónica e<br />

paisagística consi<strong>de</strong>ráveis. A Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister tinha entre os seus irmãos leigos e<br />

conversos um conjunto <strong>de</strong> mestres construtores <strong>de</strong> elevada qualificação, muito<br />

provavelmente oriundos <strong>de</strong> França (sobretudo <strong>de</strong> Claraval).<br />

A partir <strong>de</strong> 1119 com o reconhecimento da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister pelo Papa<br />

Calixto II foi necessário proce<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>vid<strong>as</strong> adaptações para acolher<br />

comunida<strong>de</strong>s mais numeros<strong>as</strong> por isso <strong>as</strong>siste-se a uma diversificação e<br />

consequente transformação da arquitectura.<br />

As mudanç<strong>as</strong> <strong>de</strong> sítio suce<strong>de</strong>ram-se s<strong>em</strong>pre que o primeiro local revel<strong>as</strong>se<br />

alguma insuficiência ou dificulda<strong>de</strong>, ou seja insuficiente existência <strong>de</strong> água,<br />

esc<strong>as</strong>sez <strong>de</strong> espaço, proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitantes laicos. Segundo Peter<br />

Fergusson <strong>as</strong> mudanç<strong>as</strong> <strong>de</strong> local foram numeros<strong>as</strong> numa proporção média <strong>de</strong><br />

um <strong>em</strong> cada três. Uma vez escolhido o sítio e se este não revel<strong>as</strong>se algum tipo<br />

<strong>de</strong> insuficiência ou impedimento o seu <strong>de</strong>senvolvimento era efectuado por<br />

f<strong>as</strong>es. Num momento inicial construíam-se os primeiros edifícios <strong>em</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />

mais tar<strong>de</strong> utilizava-se a pedra para a substituir o que permitia aos edifícios<br />

<strong>as</strong>sumir um carácter <strong>de</strong> permanência po<strong>de</strong>ndo mesmo vir a sofrer alterações<br />

<strong>em</strong> conformida<strong>de</strong> com <strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> monástica (Esq. 40).<br />

Na construção dos seus mosteiros os <strong>cister</strong>cienses lançavam os alicerces<br />

para todo o conjunto monástico logo na primeira campanha da construção.<br />

De seguida <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> iam progredindo por partes sendo a primeira construída a<br />

que correspondia à ala dos monges <strong>de</strong> modo a permitir a exigência do Ora et<br />

Labora da Regra Beneditina. Deste modo garantia-se a vida <strong>de</strong> oração e<br />

trabalho <strong>de</strong>ntro da clausura a que correspondia esta ala ao ser constituída,<br />

como já foi referido, a nível do piso térreo pela sala do capítulo e p<strong>as</strong>sag<strong>em</strong> do<br />

14 Ver Capitula, cap. IX in “CISTER: os Documentos Primitivos”; Tradução, Introduções e Comentários <strong>de</strong> Aires<br />

A. N<strong>as</strong>cimento; Edições Colibri; Lisboa; Março 1999; p. 57<br />

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