13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

Deste modo <strong>as</strong> Abadi<strong>as</strong> <strong>cister</strong>cienses caracterizavam-se sobretudo pela<br />

racionalida<strong>de</strong> na articulação dos espaços e o <strong>de</strong>spojamento <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos<br />

<strong>de</strong>corativos. Porém, como já foi referido anteriormente, usam-se soluções locais<br />

ou regionais com materiais disponíveis in loco <strong>as</strong>similando <strong>as</strong> tradições culturais<br />

existentes.<br />

A Arquitectura Cisterciense n<strong>as</strong>ce como reacção à ostentação e riqueza<br />

d<strong>as</strong> Arquitectur<strong>as</strong> su<strong>as</strong> cont<strong>em</strong>porâne<strong>as</strong> e sobretudo como resposta à<br />

opulência dos Cluniacenses. Nela encontra-se presente um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> clareza,<br />

simplicida<strong>de</strong> e precisão.<br />

A simplicida<strong>de</strong> era a i<strong>de</strong>ia e o i<strong>de</strong>al subjacente a todos e a tudo o que<br />

estivesse inserido na Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister, estando patente não só na arquitectura e<br />

na arte, m<strong>as</strong> também no modo <strong>de</strong> vida, no trabalho, na alimentação, n<strong>as</strong><br />

vestes, na liturgia.<br />

A arquitectura <strong>cister</strong>ciense, do ponto <strong>de</strong> vista estilístico apresenta cert<strong>as</strong><br />

influênci<strong>as</strong> ora regionais, ora eclétic<strong>as</strong>, provenientes <strong>de</strong> diversos meios e aceites<br />

pelos monges quando ainda não existia nenhuma doutrina que vers<strong>as</strong>se o<br />

t<strong>em</strong>a.<br />

Salienta-se <strong>as</strong>sim a importância da Arquitectura <strong>cister</strong>ciense na história <strong>de</strong><br />

Portugal como refere também Alberto Estima:<br />

“(…)os edifícios que melhor expressam a vocação religiosa dos seus<br />

autores são anteriores ao século XX e reportam às obr<strong>as</strong> dos<br />

monges construtores, os <strong>cister</strong>cienses. A importância que atribuíam<br />

ao edifício religioso fica expresso, não só no estudo exaustivo do<br />

projecto como no grau <strong>de</strong> perfeccionismo com que o edificavam.<br />

A Abadia <strong>de</strong> Alcobaça é provavelmente o seu paradigma maior.” 77<br />

A austerida<strong>de</strong> <strong>cister</strong>ciense reflectia-se não só na rotina quotidiana dos monges,<br />

m<strong>as</strong> também na própria lógica, na racionalida<strong>de</strong> da articulação dos espaços<br />

arquitectónicos e no <strong>de</strong>spojamento <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong>corativos, no que respeita<br />

à arquitectura:<br />

“Proibimos que haja escultur<strong>as</strong> ou pintur<strong>as</strong> n<strong>as</strong> noss<strong>as</strong> igrej<strong>as</strong> ou <strong>em</strong><br />

quaisquer <strong>de</strong>pendênci<strong>as</strong> do mosteiro, pois quando se olha para<br />

el<strong>as</strong>, <strong>de</strong>ita-se a per<strong>de</strong>r a utilida<strong>de</strong> da boa meditação ou a disciplina<br />

da gravida<strong>de</strong> monástica. No entanto, t<strong>em</strong>os cruzes pintad<strong>as</strong> que<br />

são <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira” 78<br />

O plano arquitectónico <strong>cister</strong>ciense nunca foi estático pois foi-se adaptando<br />

consoante <strong>as</strong> su<strong>as</strong> necessida<strong>de</strong>s e consoante <strong>as</strong> <strong>de</strong>mand<strong>as</strong> da realida<strong>de</strong> do<br />

contexto <strong>em</strong> que se inseriam. Apesar da utilização <strong>de</strong> um plano tipo,<br />

77 Cit. Estima, Alberto; A nova vanguarda da Arquitectura Religiosa fundamentada <strong>em</strong> valores metafísicos<br />

(simbólico-religiosos) in Revista da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letr<strong>as</strong> CIENCIAS E TÉCNICAS DO PATRIMÓNIO; I Série, vol. V-<br />

VI; Porto 2006-7; p.156<br />

78 Ver Statuta XX in “CISTER: os Documentos Primitivos”; Tradução, Introduções e Comentários <strong>de</strong> Aires A.<br />

N<strong>as</strong>cimento; Edições Colibri; Lisboa; Março 1999; p. 84<br />

231

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!