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as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

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2.3.<br />

ORIGEM E FUNDAÇÃO DE CISTER<br />

2. CISTER: ANTECEDENTES, ORIGEM E ESTRUTURA<br />

“É sabido que na diocese <strong>de</strong> Langres fica Molesme, mosteiro <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> prestígio e fama, admirável pelo regime <strong>de</strong> vida. A breve trecho<br />

da sua fundação, a cl<strong>em</strong>ência divina fez crescer o seu esplendor<br />

e nobreza, com gran<strong>de</strong>s dons da sua graça e por intermédio <strong>de</strong><br />

homens ilustres, e fê-lo não menos gran<strong>de</strong> através d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> proprieda<strong>de</strong>s<br />

que esplendoroso pel<strong>as</strong> su<strong>as</strong> virtu<strong>de</strong>s.<br />

Ainda que a <strong>as</strong>sociação entre bens materiais e virtu<strong>de</strong>s não seja<br />

habitualmente coisa <strong>de</strong> muita dura, conscientes disso, e capazes <strong>de</strong><br />

uma leitura d<strong>as</strong> cois<strong>as</strong> com maior profundida<strong>de</strong>, alguns homens<br />

daquela santa comunida<strong>de</strong>, preferiram então <strong>de</strong>dicar-se exclusivamente<br />

aos exercícios celestes a <strong>em</strong>brenhar-se nos negócios terrenos.<br />

Depressa, pois aqueles apaixonados d<strong>as</strong> virtu<strong>de</strong>s, começaram a<br />

dirigir o seu pensamento para «pobreza, fecunda <strong>em</strong> gerar verda<strong>de</strong>iros<br />

homens», ao mesmo t<strong>em</strong>po que se davam conta <strong>de</strong> que, não<br />

obstante a santida<strong>de</strong> e a dignida<strong>de</strong> da vida praticada naquele<br />

lugar, a observância da Regra, a Regra a que se tinham obrigado a<br />

manter fielmente, ficava abaixo <strong>de</strong> quanto <strong>de</strong>sejavam e tinha sido<br />

seu propósito. (...)<br />

Vinte e um monges, por <strong>de</strong>cisão unânime, juntamente com o próprio<br />

aba<strong>de</strong> do mosteiro, Roberto, <strong>de</strong> santa m<strong>em</strong>ória, por comum<br />

acordo, <strong>em</strong>penharam-se <strong>em</strong> realizar aquilo que era uma <strong>as</strong>piração<br />

concebida <strong>em</strong> idêntico espírito” 48<br />

Muitos foram os clérigos e mesmo os laicos que <strong>de</strong>sejaram o regresso a uma<br />

vida que comung<strong>as</strong>se, <strong>em</strong> absoluto, e com mais profundida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> Deus af<strong>as</strong>tando-se<br />

<strong>de</strong>ste modo dos abusos e comprometimentos, que então <strong>de</strong>sviavam<br />

do seu caminho, não só o mundo eclesiástico como também a socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

geral e para isso ser possível inspiraram-se na vida dos Padres do Deserto 49 .<br />

Numa tentativa <strong>de</strong> solucionar a crise <strong>em</strong> que o monaquismo se precipitara,<br />

no <strong>de</strong>correr dos séculos X e XI, fundaram-se inúmer<strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns, um<strong>as</strong> com<br />

tendência er<strong>em</strong>ítica, outr<strong>as</strong> com tendência para um cenobitismo renovado.<br />

O monaquismo <strong>cister</strong>ciense provém do mesmo tronco que o monaquismo<br />

beneditino, inserindo-se num v<strong>as</strong>to movimento <strong>de</strong> reforma er<strong>em</strong>ítica e cenobítica.<br />

Cister foi uma nova Or<strong>de</strong>m m<strong>as</strong>, acima <strong>de</strong> tudo uma verda<strong>de</strong>ira criação<br />

como refere Dom Maur Cocheril: “Cîteaux ne fut p<strong>as</strong> simpl<strong>em</strong>ent une réforme<br />

48 cit. Exordium Cistercii, cap. I in “CISTER: os Documentos Primitivos”; Tradução, Introduções e Comentários <strong>de</strong><br />

Aires A. N<strong>as</strong>cimento; Edições Colibri; Lisboa; Março 1999; p.49<br />

49 tais como Santo Agostinho e S. Bento <strong>de</strong> Núrsia<br />

55

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