13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

402<br />

5. ARQUITECTURA CISTERCIENSE EM PORTUGAL<br />

É numa <strong>de</strong>pendência próxima ou contígua, a botica, o local on<strong>de</strong> estes<br />

mesmos preparados e manipulados são guardados. Já no plano <strong>de</strong> Saint-Gall<br />

surge uma <strong>de</strong>pendência com esta finalida<strong>de</strong> localizada no jardim, é o “domus<br />

medicorum”. 95<br />

As Botic<strong>as</strong> 96 tornaram-se el<strong>em</strong>entos chave no fabrico <strong>de</strong> r<strong>em</strong>édios para os<br />

monges e mesmo para os leigos.<br />

A botica encontrava-se n<strong>as</strong> proximida<strong>de</strong>s da enfermaria, era aqui que se<br />

faziam <strong>as</strong> sangri<strong>as</strong> 97 . Os monges estavam obrigados a uma sangria periódica<br />

pelo que teve um gran<strong>de</strong> papel o monge que praticava a tonsura e a sangria<br />

(Fig. 274), era o “r<strong>as</strong>or et minutor”, mais tar<strong>de</strong> apelidado <strong>de</strong> barbeiro-sangrador.<br />

A sangria foi um dos pilares da medicina medieval sendo praticada já<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a antiguida<strong>de</strong> não só na tradição hipocrática como também estava<br />

presente n<strong>as</strong> escol<strong>as</strong> árabes 98 .<br />

Fig. 274 Sangria, Londres BL MS Harley 3719, fols 158-159<br />

Po<strong>de</strong>-se afirmar que os monges boticários surgiram na solidão d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> cel<strong>as</strong>,<br />

dotados <strong>de</strong> um saber intrínseco e profundo e que através da oração, do louvor<br />

a Deus, da simplicida<strong>de</strong> <strong>as</strong>cética e da pobreza procuravam, através do<br />

conhecimento e da ciência, a sabedoria <strong>de</strong> Deus e a comunhão com Cristo.<br />

Num momento inicial surge a figura do monge herbário que lidava com <strong>as</strong><br />

pequen<strong>as</strong> erv<strong>as</strong> e condimentos, cuja mestria acabaria por se centrar n<strong>as</strong><br />

plant<strong>as</strong> medicinais confeccionando poções e mezinh<strong>as</strong> dando lugar ao monge<br />

boticário (Fig. 276).<br />

95 MARTINS, Ana Maria Tavares; O Mosteiro como espaço <strong>de</strong> recuperação do corpo e do espírito in Mosteiro e<br />

Saú<strong>de</strong> – Cerca, Botica e Enfermaria. Act<strong>as</strong> do III Encontro Cultural <strong>de</strong> São Cristóvão <strong>de</strong> Lafões; Ed. Socieda<strong>de</strong><br />

do Mosteiro <strong>de</strong> São Cristóvão <strong>de</strong> Lafões; São Cristóvão <strong>de</strong> Lafões, 2008<br />

96 BORGES, Nelson Correia; Op. cit.; pp.49-50<br />

97 DIAS, Geraldo Coelho; Do Mosteiro Beneditino I<strong>de</strong>al ao Mosteiro <strong>de</strong> S. Bento da Vitória. História, espaços e<br />

quotidiano dos monges in “O Mosteiro <strong>de</strong> S. Bento da Vitória. 400 anos ”; Edições Afrontamento; Porto; 1997;<br />

p.33<br />

98 LIZARRA LECUE, RAFAEL DE; Botic<strong>as</strong> Monástic<strong>as</strong> Benedictin<strong>as</strong>; texto policopiado; s/d.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!