13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

276<br />

4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

4.3.3.<br />

Morfologia do Plano Cisterciense<br />

“O mosteiro, plural nos seus edifícios, é com razão uniforme nos seus<br />

objectivos. Lá o hom<strong>em</strong> vive para Deus e o mosteiro comunica com o<br />

mundo através da porta principal da igreja e da portaria. Há como que<br />

uma coor<strong>de</strong>nação subsidiária no conjunto monástico que se articula à<br />

volta da igreja e do claustro que lhe está contíguo. É ali, e a partir dali,<br />

que se estrutura a vida dos monges e se organiza todo o espaço<br />

envolvente do seu trabalho quotidiano” 163<br />

Bernardo <strong>de</strong> Claraval uniu a experiência estética e a religiosa ao apresentar a<br />

arquitectura <strong>cister</strong>ciense como a expressão que mais se a<strong>de</strong>quava à nova<br />

activida<strong>de</strong> religiosa. A partir <strong>de</strong> 1150 começa-se a falar <strong>de</strong> uma construção e<br />

disposição dos diferentes espaços arquitectónicos <strong>de</strong> more nostro (do nosso<br />

modo).<br />

Os <strong>cister</strong>cienses utilizaram um plano tipo para a construção dos seus<br />

mosteiros. O mosteiro <strong>de</strong>senvolve-se a partir da Igreja e <strong>em</strong> torno do claustro. O<br />

claustro era o epicentro do espaço monástico, três dos seus lados<br />

correspon<strong>de</strong>m às funções essenciais: spiritus (igreja) a norte, anima (sacristia,<br />

sala do capítulo, sal<strong>as</strong> <strong>de</strong> trabalho intelectual) a este, corpus (cozinha,<br />

calefactório, refeitório, latrin<strong>as</strong>) a sul e o quarto lado do claustro, a oeste, é<br />

aberto aos irmãos conversos, é o domus conversorum (celeiro, dormitório,<br />

refeitório, latrin<strong>as</strong>).<br />

Note-se a diferença <strong>de</strong> significados e oposição entre o lado do spiritus e<br />

o lado do corpus surgindo a dicotomia terra-céu e matéria-espírito.<br />

O esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> estrutur<strong>as</strong> sociais adoptad<strong>as</strong> pela Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister<br />

também se reflectiu na sua arquitectura através <strong>de</strong> importantes contributos e<br />

respectiva repercussão. Assim <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>r albergar dois grupos tão<br />

díspares, como eram os monges e os conversos, na verda<strong>de</strong>, os mosteiros<br />

apresentam-se com uma divisão <strong>em</strong> dois sectores distintos <strong>de</strong> acordo com <strong>as</strong><br />

estrutur<strong>as</strong> sociais da Or<strong>de</strong>m. Deste modo est<strong>as</strong> eram du<strong>as</strong> vid<strong>as</strong> que não se<br />

cruzavam fisicamente m<strong>as</strong> que <strong>de</strong>pendiam inteiramente uma da outra no<br />

sentido <strong>de</strong> cumprir e honrar a Regra que observavam no stricto sensu.<br />

Aos monges estava <strong>de</strong>stinada a parte oriental da igreja com o seu coro e<br />

capel<strong>as</strong> <strong>as</strong>sim como uma ala na qual se inseria a nível do piso térreo, a sacristia,<br />

o armarium (biblioteca), o parlatório on<strong>de</strong> o prior recebia os monges, a Sala<br />

Capitular (ou sala do capítulo), a sala dos monges <strong>de</strong>stinada ao trabalho<br />

163 Ver DIAS, Geraldo Coelho; Do Mosteiro Beneditino I<strong>de</strong>al ao Mosteiro <strong>de</strong> S. Bento da Vitória. História,<br />

espaços e quotidiano dos monges. in “O Mosteiro <strong>de</strong> S. Bento da Vitória. 400 anos ”; Edições Afrontamento;<br />

Porto; 1997; p. 24

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!