13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

42<br />

2. CISTER: ANTECEDENTES, ORIGEM E ESTRUTURA<br />

<strong>de</strong> fala que a liga ao invisível que lhe é essencial.” 6 Isto é, “A comunida<strong>de</strong> é um<br />

espaço produzido pela prática do lugar e da articulação d<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> – ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po um sítio ilocutório, um lugar <strong>de</strong> comunicação interindividual e <strong>de</strong><br />

comunicação supraindividual.” 7<br />

2.1.1.<br />

Origens Orientais<br />

Os primeiros a experimentar esta realida<strong>de</strong> e a inspirar outros a seguir o seu<br />

ex<strong>em</strong>plo foram S. Paulo (m.347) e Santo António (250-356) e por isso mesmo<br />

foram apelidados <strong>de</strong> Padres do Deserto. 8<br />

Os Padres do Deserto abandonaram a movimentação d<strong>as</strong> cida<strong>de</strong>s para<br />

buscar refúgio nos <strong>de</strong>sertos do Egipto e da Síria on<strong>de</strong> oravam e jejuavam. Na<br />

realida<strong>de</strong>, <strong>as</strong> origens do monaquismo r<strong>em</strong>ontam ao Egipto do séc. III. Deste<br />

modo, nos finais do séc. III havia já gran<strong>de</strong> afluência <strong>de</strong> seguidores na solidão<br />

dos <strong>de</strong>sertos, florescendo mosteiros n<strong>as</strong> margens do rio Nilo tornando-se <strong>as</strong>sim o<br />

Egipto, juntamente com a Síria, no berço do monaquismo oci<strong>de</strong>ntal. Pois,<br />

“Hacia fines <strong>de</strong>l s. III era tal la afluencia <strong>de</strong> seguidores <strong>de</strong> Cristo en la<br />

soledad <strong>de</strong> los <strong>de</strong>siertos, que comarc<strong>as</strong> enter<strong>as</strong> en la Tebaida y riber<strong>as</strong><br />

<strong>de</strong>l Nilo se poblaron <strong>de</strong> mon<strong>as</strong>terios. No había valle, por<br />

abrupto que fuera, que no tuviera sus moradores <strong>de</strong> silencio. Egipto<br />

fue cuna <strong>de</strong>l monacato oriental” 9 .<br />

Segundo Fr. Mª Damián Yánes Neira, monge <strong>cister</strong>ciense do Mosteiro <strong>de</strong> Santa<br />

Maria <strong>de</strong> Oseira, Orense, <strong>as</strong> origens do monaquismo <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser procurad<strong>as</strong> na<br />

própria lei evangélica e na mensag<strong>em</strong> <strong>de</strong> renúncia dos prazeres materiais,<br />

como caminho para atingir a plenitu<strong>de</strong> e o contacto directo com Deus, presente<br />

n<strong>as</strong> Sagrad<strong>as</strong> Escritur<strong>as</strong>. Fr. Yánes Neira reconhece <strong>em</strong> Santo António,<br />

padre e guia <strong>de</strong> monges no oriente, a primeira vocação <strong>de</strong> monge estando a<br />

experiência monástica intimamente <strong>as</strong>sociada à sua pessoa. 10 Santo António<br />

retirou-se para o <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Nitria 11 no ano 270 surgindo <strong>de</strong>ste modo a primeira<br />

experiência er<strong>em</strong>ítica no <strong>de</strong>serto do Egipto, através <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> busca<br />

<strong>de</strong> perfeição, que se difundiu primeiro no Oriente e <strong>de</strong>pois no Oci<strong>de</strong>nte.<br />

Assim, os monges inicialmente solitários rapidamente se juntam <strong>em</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />

cenobític<strong>as</strong>, isto é, foram primeiramente ermit<strong>as</strong> ou anacoret<strong>as</strong>, s<strong>em</strong><br />

6 Cit. MOURÃO, José Augusto; A Comunida<strong>de</strong> como prática do lugar e interlocução in “Convers<strong>as</strong> à volta dos<br />

Conventos”; C<strong>as</strong>a do Sul Editora; 2002; p. 52<br />

7 Cit. MOURÃO, José Augusto; Op. cit.; p. 51<br />

8 Cfr. PACAUT, Marcel; Les Moines Blancs – Histoire <strong>de</strong> l’Or<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cîteaux; Librairie Arthème Fayard; 1993; p.23<br />

9 Cit. YÀÑEZ NEIRA, Fr. Dámian; Op. cit.<br />

10 Cfr. I<strong>de</strong>m<br />

11 Cfr. BANGO, Isidro; El mon<strong>as</strong>terio medieval; Ed. Anaya; Madrid; 1990; p.88

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!