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as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

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4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

Prospectus petitur; secessum plebia uterque”. 6<br />

Deste modo po<strong>de</strong>-se comprovar a preferência dos vales, especialmente<br />

aqueles que estavam próximos dos cursos <strong>de</strong> água, na escolha dos seus sítios.<br />

Estes locais permitiam <strong>as</strong>sim o acesso à água, b<strong>em</strong> precioso para a subsistência,<br />

<strong>as</strong>sim como o isolamento do bulício da vida urbana. M<strong>as</strong> também era nos vales<br />

que se encontravam <strong>as</strong> matéri<strong>as</strong>-prim<strong>as</strong> necessári<strong>as</strong> à construção e terr<strong>as</strong> para<br />

cultivo (Fig. 94). Como refere Duby:<br />

“Nest<strong>as</strong> paragens isolad<strong>as</strong> (…) preocuparam-se <strong>em</strong> adquirir,<br />

imediatamente, du<strong>as</strong> espécies <strong>de</strong> bens, s<strong>em</strong> os quais a sua<br />

instalação não seria perfeita e que, vulgarmente, rareavam nestes<br />

terrenos pantanosos, salpicados <strong>de</strong> charcos poluídos: pedra dura e<br />

água límpida. Adquiriram uma pedreira, uma fonte, o direito <strong>de</strong><br />

p<strong>as</strong>sag<strong>em</strong> para <strong>as</strong> condut<strong>as</strong> que <strong>de</strong>sviariam a corrente <strong>de</strong> água<br />

até ao claustro.” 7<br />

Fig. 94 Curso <strong>de</strong> água que ab<strong>as</strong>tece S. Cristóvão <strong>de</strong> Lafões, como se encontra na<br />

actualida<strong>de</strong> (fotografia da autora)<br />

O meio on<strong>de</strong> se insere o monge <strong>cister</strong>ciense medieval, isto é, o seu habitat<br />

monástico apresenta-se como um conjunto arquitectónico completo e<br />

coerente, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> equilíbrio formal, obe<strong>de</strong>cendo a um programa singular<br />

6 Ver DIMIER, Pe. Anselme; Op.cit.; pp. 51-52<br />

Tradução livre: S. Bernardo s<strong>em</strong>pre gostara <strong>de</strong> vales completamente ro<strong>de</strong>ados por florest<strong>as</strong>, pradari<strong>as</strong> e rios,<br />

enquanto Bento preferia colin<strong>as</strong> e altur<strong>as</strong> que atingiss<strong>em</strong> os céus até on<strong>de</strong> se pu<strong>de</strong>sse ver; m<strong>as</strong> ambos<br />

procuravam locais recatados.<br />

7 Cit. DUBY, Georges; São Bernardo e a Arte Cisterciense; col. Sinais; Edições ASA; Fevereiro 1997; pp. 118<br />

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