13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

6. CISTER EM PORTUGAL: ARQUITECTURA vs. INSERÇÃO NO TERRITÓRIO<br />

“O clima é o mais importante factor natural que contribui, <strong>de</strong><br />

maneira sist<strong>em</strong>ática, para a formação d<strong>as</strong> paisagens (…) é o clima<br />

que mo<strong>de</strong>la vertentes, <strong>de</strong>termina comportamentos dos rios, constrói<br />

(juntamente com os solos) os mosaicos da vegetação e influencia<br />

ainda muito directamente os tipos <strong>de</strong> agricultura. E mesmo<br />

activida<strong>de</strong>s muito recentes como o turismo (…).” 28<br />

Os fortes contr<strong>as</strong>tes climáticos presentes <strong>em</strong> Portugal continental tiveram<br />

igualmente a sua repercussão na implantação dos mosteiros <strong>cister</strong>cienses neste<br />

território pois era necessário cuidar da agricultura, da vitivinicultura e os monges<br />

não eram alheios a essa probl<strong>em</strong>ática.<br />

Fig. 319 Mosteiro <strong>de</strong> S. Pedro d<strong>as</strong> Águi<strong>as</strong> (o novo) e socalcos <strong>de</strong> vinha (fotografia Virtual Earth)<br />

No entanto erros <strong>de</strong> implantação acontec<strong>em</strong> e por isso estava cont<strong>em</strong>plada<br />

na legislação <strong>cister</strong>cienses a mudança <strong>de</strong> sítio, ou seja, a mudança <strong>de</strong> um<br />

mesmo mosteiro <strong>de</strong> um local para outro (como foi o c<strong>as</strong>o do Mosteiro <strong>de</strong> Santa<br />

Maria <strong>de</strong> Salzed<strong>as</strong> ou do Mosteiro <strong>de</strong> S. Pedro d<strong>as</strong> Águi<strong>as</strong>, Fig. 319).<br />

No entanto a dureza do clima s<strong>em</strong>pre se fez sentir, quer a norte do País<br />

(Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria d<strong>as</strong> Júni<strong>as</strong>) ou no interior (Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria da<br />

Estrela, Fig. 320). Como refere Clau<strong>de</strong> Bronserval, secretário <strong>de</strong> D. Èdme Salieu,<br />

aba<strong>de</strong> <strong>de</strong> Claraval <strong>de</strong> visita aos mosteiros <strong>cister</strong>cienses portugueses no século<br />

XVI:<br />

“Durante os meses <strong>de</strong> Julho, Agosto e Set<strong>em</strong>bro existe um tal calor<br />

que ninguém quer residir no mosteiro pois a humida<strong>de</strong> é intolerável.<br />

O calor juntamente com a humida<strong>de</strong> prejudica a saú<strong>de</strong> dos seus<br />

habitantes” 29<br />

28 BRITO, Raquel Soeiro <strong>de</strong>; Op. Cit.; pp.50-51<br />

29 Tradução livre da versão francesa editada por Dom Maur Cocheril <strong>de</strong> BRONSEVAL, Frère Clau<strong>de</strong> <strong>de</strong> ;<br />

“Peregrinatio Hispanica. Voyage <strong>de</strong> Dom È<strong>de</strong>me <strong>de</strong> saulieu, Abbé <strong>de</strong> Clairvaux, en Espagne et au Portugal<br />

(1531-1533)”; (ed. Dom Maur Cocheril); PUF; Paris; 1970; pp. 572-575<br />

Trecho original: “Tribus mensibus, iulio, augusto et sept<strong>em</strong>bri, tantus estus ibi<strong>de</strong>m vigere dicitur quod nullus vult<br />

tunc in mon<strong>as</strong>terio morari, quia est supramodum humidum, et in caloribus illis facile in illo aere húmido<br />

corrumpunt habitatores ad infirmitat<strong>em</strong>.” (p. 572 e p.574)<br />

485

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!