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as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

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2. CISTER: ANTECEDENTES, ORIGEM E ESTRUTURA<br />

virtu<strong>de</strong> do silêncio (De Taciturnitate 116 ), da humilda<strong>de</strong> (Humilit<strong>as</strong>) e da mesura<br />

(Discretio). Porém o voto <strong>de</strong> pobreza e c<strong>as</strong>tida<strong>de</strong> não está explicitamente apresentado<br />

na Regra m<strong>as</strong> sim subentendido quando há referência à vida <strong>de</strong> perfeição,<br />

ao contrário do que se refere usualmente 117 (Fig.19).<br />

Fig. 19 Página da Regra <strong>de</strong> S. Bento, Prólogo<br />

(arquivo da Biblioteca Nacional. Col. Alcobaça)<br />

Deste modo, a Regra “regula” os costumes daqueles que viviam sob a obediência<br />

sendo o cerne da vida monástica o Ofício Divino, a oração litúrgica,<br />

isto é, a Obra <strong>de</strong> Deus (Opus Dei), ou seja a celebração d<strong>as</strong> Hor<strong>as</strong>. A obra <strong>de</strong><br />

Deus <strong>as</strong>socia o período <strong>de</strong> oração e meditação pessoal ao ofício comum na<br />

Igreja. O restante t<strong>em</strong>po além <strong>de</strong> estar consagrado ao trabalho estava também<br />

<strong>de</strong>dicado à leitura (lectio divina), às refeições e ao <strong>de</strong>scanso. Pelo que a<br />

própria Regra <strong>de</strong> S. Bento refere no seu capítulo XLVIII que:<br />

“A ociosida<strong>de</strong> é inimiga da alma. Por conseguinte, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> os<br />

irmãos ocupar-se a cert<strong>as</strong> hor<strong>as</strong> no trabalho manual e na lectio<br />

divina. (...) vão logo <strong>de</strong> manhã trabalhar no que for preciso, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a primeira hora até por volta da quarta hora. Depois da sexta hora,<br />

acabando o jantar, vão <strong>de</strong>scansar <strong>em</strong> seus leitos, <strong>em</strong> absoluto<br />

silêncio. (...) Celebre-se o ofício <strong>de</strong> Noa mais cedo, aí pelo meio da<br />

oitava hora. E <strong>de</strong>pois continu<strong>em</strong> a trabalhar no que houver para<br />

fazer, até à hora d<strong>as</strong> Vésper<strong>as</strong>. Se a necessida<strong>de</strong> do lugar ou a<br />

pobreza exigir<strong>em</strong> que os monges se ocup<strong>em</strong> por si mesmos n<strong>as</strong><br />

116 De Taciturnitate, não significando silêncio no sentido da ausência total <strong>de</strong> palavr<strong>as</strong> m<strong>as</strong> antes mo<strong>de</strong>ração<br />

e <strong>de</strong>scrição no falar; é o silêncio que permite ouvir a voz <strong>de</strong> Deus.<br />

117 Confrontar com Regra do Patriarca S. Bento; traduzido e anotado do latim pelos Monges <strong>de</strong> Singeverga; 2ª<br />

edição; Edições “Ora & Labora”; Mosteiro <strong>de</strong> Singeverga; Singeverga; 1992 / KINDER, Terryl N.; L’Europe Cistercienne;<br />

col. Les formes <strong>de</strong> la nuit; Ed. Zodiaque; 1998

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