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as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

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250<br />

4. PREMISSAS DO ESPAÇO CISTERCIENSE PORTUGUÊS<br />

como era o c<strong>as</strong>o do dormitório, do calefactório, do refeitório, da cozinha, do<br />

claustro, da sala do capítulo, do locutório.<br />

Porém, é igualmente um factor indubitável que a socieda<strong>de</strong> que habita<br />

um mosteiro funciona como um verda<strong>de</strong>iro microcosmo, amostrag<strong>em</strong> da<br />

diversida<strong>de</strong> do mundo constituindo-se no entanto como uma socieda<strong>de</strong><br />

restrita.<br />

Há um espaço reservado aos monges no lado Este do Claustro, on<strong>de</strong> se<br />

encontra o dormitório num primeiro piso encontrando-se no piso inferior, no piso<br />

térreo, a Sala do Capítulo que é geralmente la<strong>de</strong>ada por uma sacristia e um<br />

locutório.<br />

O espaço que se opõe ao lado da Igreja <strong>em</strong> toda a sua extensão (<strong>de</strong><br />

norte a sul) é constituído pela cozinha, o calefactório e o refeitório. Este espaço<br />

é b<strong>em</strong> distinto da domus conversorum, <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>stinada à habitação<br />

dos conversos ou irmãos leigos. O edifício <strong>de</strong>stinado aos irmãos leigos ou<br />

conversos é mais rudimentar, encontrando-se no lado Oeste do claustro, e<br />

sendo separado frequent<strong>em</strong>ente por uma ruela no rés-do-chão.<br />

Este edifício possui no piso térreo o refeitório e o celeiro enquanto no piso<br />

superior encontra-se o dormitório.<br />

O princípio da segregação volta a ser aplicado na Igreja on<strong>de</strong> o coro dos<br />

monges se encontra próximo do altar encontrando-se o dos conversos b<strong>as</strong>tante<br />

mais af<strong>as</strong>tado.<br />

Através <strong>de</strong>st<strong>as</strong> disposições, os Cistercienses exprimiram plenamente a<br />

lógica criadora, próximo da porta principal da Abadia e no interior da cerca<br />

encontra-se uma hospedaria que abrangia dormitório, refeitório e enfermaria.<br />

Esta <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> visitantes / hóspe<strong>de</strong>s possuía muit<strong>as</strong> vezes uma capela<br />

que seria inicialmente <strong>de</strong>stinada aos visitantes que se encontravam <strong>de</strong><br />

p<strong>as</strong>sag<strong>em</strong>.<br />

A partir <strong>de</strong> 1135 ocorre o maior processo <strong>de</strong> transformação da Or<strong>de</strong>m. As<br />

comunida<strong>de</strong>s aumentaram e o número <strong>de</strong> monges era cada vez mais elevado<br />

no seu seio pelo que os edifícios <strong>de</strong> menores dimensões d<strong>as</strong> primeir<strong>as</strong> décad<strong>as</strong><br />

do século XII (1110-1120) foram sendo substituídos por edifícios <strong>de</strong> maiores<br />

dimensões.<br />

Assim os novos edifícios <strong>de</strong>senvolveram-se <strong>em</strong> volta <strong>de</strong> um claustro e são<br />

ro<strong>de</strong>ados pelos mais variados anexos, tais como uma enfermaria ou uma<br />

hospedaria, m<strong>as</strong> distanciada.<br />

A arquitectura <strong>cister</strong>ciense rejeita <strong>de</strong>liberadamente <strong>as</strong> pintur<strong>as</strong> murais, os<br />

vitrais coloridos, os capiteis arduamente trabalhados, <strong>as</strong> torres <strong>de</strong> tal modo que:<br />

“Não é permitido ter <strong>em</strong> lugar algum escultur<strong>as</strong>, m<strong>as</strong> apen<strong>as</strong> cruzes<br />

pintad<strong>as</strong>, e não sejam senão <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.” 115<br />

115 Ver Capitula, cap. XXVI in “CISTER: os Documentos Primitivos”; Tradução, Introduções e Comentários <strong>de</strong><br />

Aires A. N<strong>as</strong>cimento; Edições Colibri; Lisboa; Março 1999; p. 61

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