13.05.2013 Views

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

as arquitecturas de cister em portugal. a actualidade ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2. CISTER: ANTECEDENTES, ORIGEM E ESTRUTURA<br />

2.6.<br />

ESTRUTURA ORGANIZATIVA / LEGISLAÇÃO CISTERCIENSE<br />

A estrutura legislativa e organizativa da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cister b<strong>as</strong>eia-se fundamentalmente<br />

nos princípios enunciados pela Regra <strong>de</strong> S. Bento <strong>as</strong>sim como <strong>em</strong> todo<br />

o corpo legislativo <strong>de</strong>senvolvido e apresentado pela primitiva documentação<br />

<strong>cister</strong>ciense (Exordium Parvum, Exordium Cistercii, Carta Caritatis Prior, Summa<br />

Cartae Caritatis, Capitula, Ecclesi<strong>as</strong>tica Officia, Usus Conversorum).<br />

O aba<strong>de</strong> t<strong>em</strong> a sua função apoiada, controlada e corrigida pelo Capítulo<br />

Geral, <strong>de</strong> realização anual, que juntamente com a visita, igualmente anual,<br />

constitu<strong>em</strong> <strong>as</strong> instânci<strong>as</strong> fundamentais <strong>de</strong> controlo e <strong>de</strong> legislação d<strong>as</strong> acções<br />

<strong>cister</strong>cienses.<br />

Segundo Dom Maur Cocheril os <strong>cister</strong>cienses <strong>de</strong>ram à Igreja Oci<strong>de</strong>ntal o<br />

primeiro ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> uma Or<strong>de</strong>m Religiosa <strong>de</strong>scentralizada universal. Ao contrário<br />

dos cluniacenses, que formam uma gran<strong>de</strong> família monástica cuj<strong>as</strong> filiais<br />

<strong>de</strong>viam seguir <strong>as</strong> or<strong>de</strong>ns da Abadia Mãe, <strong>as</strong> filiais <strong>cister</strong>cienses formavam uma<br />

fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> c<strong>as</strong><strong>as</strong> autónom<strong>as</strong>, iguais e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes no que respeita aos<br />

<strong>as</strong>suntos relativos a cada uma <strong>de</strong>l<strong>as</strong>, sendo cada uma dirigida pelo seu próprio<br />

aba<strong>de</strong> que tinha voz no Capítulo Geral. 114<br />

2.6.1.<br />

Regra <strong>de</strong> S. Bento<br />

Os resultados da experiência monástica <strong>de</strong> S. Bento tomam forma na Regula<br />

Sancti Benedicti, por si redigida, <strong>em</strong> 529, que se <strong>de</strong>senvolve ao longo <strong>de</strong> 73<br />

capítulos. A Regra <strong>de</strong> S. Bento t<strong>em</strong> como intuito a elevação à perfeição<br />

máxima através da alienação total do mundo <strong>as</strong>sim como o <strong>de</strong>spojo <strong>de</strong> tudo o<br />

que é terreno, incluindo a própria vonta<strong>de</strong>, e da plena submissão à autorida<strong>de</strong><br />

do aba<strong>de</strong> que personifica a figura <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong>ntro do Mosteiro, e que orienta<br />

a comunida<strong>de</strong> utilizando a sua experiência e sabedoria. Segundo S. Bento este<br />

é um “(...) pequeno esboço <strong>de</strong> Regra escrita para principiantes.” 115<br />

A Regra caracteriza-se essencialmente pela divisão do dia entre a oração<br />

e o trabalho (Ora et Labora), pela obediência ao Aba<strong>de</strong> (Obedientia), pela<br />

estabilida<strong>de</strong> (Stabilit<strong>as</strong>), pela vida <strong>de</strong> perfeição (conversatio morum) pela obrigatorieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> permanência no mosteiro (Stabilit<strong>as</strong> Loci), pela elevação da<br />

114 COCHERIL, Dom Maur; Introduction in BRONSEVAL, Frère Clau<strong>de</strong> <strong>de</strong> ; “Peregrinatio Hispanica. Voyage <strong>de</strong><br />

Dom È<strong>de</strong>me <strong>de</strong> saulieu, Abbé <strong>de</strong> Clairvaux, en Espagne et au Portugal (1531-1533)”; (ed. Dom Maur Cocheril);<br />

PUF; Paris; 1970; p. 29<br />

115 Cit. Capítulo LXXIII R.S.B. in Regra do Patriarca S. Bento; traduzido e anotado do latim pelos Monges <strong>de</strong><br />

Singeverga; 2ª edição; Edições “Ora & Labora”; Mosteiro <strong>de</strong> Singeverga; Singeverga; 1992; p. 139<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!