série Avaliação de Políticas Públicas | 01Segundo essa percepção, as TICs podem estar influenciando o desenvolvimentode competências que os testes padroniza<strong>dos</strong>, desenha<strong>dos</strong>para medir o conhecimento factual nas diferentes disciplinas, nãoconseguem avaliar, tais como: a capacidade de solucionar problemas,o pensamento crítico, a capacidade de selecionar e sintetizar informações,a autonomia e o espírito colaborativo. Esses seriam resulta<strong>dos</strong>promissores para a aprendizagem permanente que a sociedadedo conhecimento demanda.40Claro ressalta que essa abordagem é recente e recomenda que os paísesenvidem esforços para desenvolver instrumentos de avaliaçãoadequa<strong>dos</strong> a essas “novas competências”. Adicionalmente, propõe quesejam defini<strong>dos</strong> parâmetros internacionais sobre essas competênciase indicadores capazes de refletir seu progresso nas novas gerações.Aponta o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 13 ,organizado pela OCDE, como um primeiro passo nesse sentido.Nos países onde as tecnologias digitais já estão amplamente disseminadasnos lares e nas escolas, já se busca detectar o impacto <strong>dos</strong>eu uso intensivo fora da escola, seja sua relevância educacionalnos moldes tradicionais, isto é, melhor desempenho acadêmico nas13O Pisa é uma avaliação internacional padronizada, desenvolvida pelos países participantesda OCDE, aplicada a alunos de quinze anos no ensino regular. Abrangeconhecimentos relativos a Leitura, Matemática e Ciências não somente quanto ao domíniocurricular, mas também quanto aos conhecimentos relevantes e às habilidadesnecessárias à vida adulta. As avaliações são realizadas a cada três anos, com um planoestratégico que estenderá os ciclos até 2015. Cada ciclo estuda em profundidade umaárea de conteúdo principal. Em 2000, a ênfase foi dada sobre Leitura, em 2003, sobreMatemática e, em 2006, sobre Ciências. Entre seus resulta<strong>dos</strong>, constam indicadorescontextuais que permitem relacionar os resulta<strong>dos</strong> com as características <strong>dos</strong> alunos edas escolas, bem como indicadores de tendências, que mostrem alterações nos resulta<strong>dos</strong>no decorrer do tempo.
disciplinas escolares, seja sobre a aprendizagem das chamadas novascompetências.Essa visão é corroborada por Waiselfisz (2007), ao afirmar que, nospaíses da OCDE, em especial no núcleo europeu, as preocupaçõessobre a inserção de tecnologia de informática não estão centradas noquanto elas contribuem para o enriquecimento pedagógico do processode ensino-aprendizagem. Para eles, a informática é um instrumentonecessário para estar apto a lidar com a contemporaneidade,com o emprego, com a sociedade da informação e do conhecimento.Frente a essa convicção, as propostas da OCDE nesse campo podemser assim sintetizadas:▪▪▪as TICs deverão ser usadas ativamente por estudantesdesde a primeira infância;ao finalizar a escolarização obrigatória, to<strong>dos</strong> os alunosdeverão atingir um nível claro de competência nas TICs;incorporar todo cidadão, lar e escola, cada empresa e administraçãoà era digital.41A OCDE está atenta para a formação de uma nova geração que estácrescendo em ambientes onde a tecnologia digital é onipresente:celulares, MP3, Ipod, CDs, DVDs, computadores pessoais, e-mail,blogs, videogames, entre tantos recursos tecnológicos (BID, 2006).Em tese, os “aprendizes do novo milênio” podem vir a desenvolvercapacidades cognitivas diferenciadas das gerações que os antecederam,em virtude da multiplicidade de fontes de informação disponíveis,sem limitações de tempo e espaço; da intensa comunicaçãocom conheci<strong>dos</strong>, e até desconheci<strong>dos</strong>, de várias partes do mundo,Um Computador por Aluno: a experiência brasileira