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A alma do mundo - Roger Scruton

conservadorismo filosofia política

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Acreditar em Deus

As discussões atualmente em voga sobre as crenças religiosas surgiram, em

parte, como resposta ao confronto entre o cristianismo e a ciência moderna,

e, de outra parte, como resposta aos ataques ocorridos no dia 11 de

setembro — que chamaram atenção para outro confronto, entre o Islã e o

mundo moderno. Em ambos os casos, como são entendidos popularmente, a

razão aponta para um lado, e a fé, para o outro. E, neste caso, se a fé

justifica o assassinato, ela não é uma opção.

Entretanto, esses dois embates têm origens completamente diferentes.

Uma é intelectual, a outra, emocional. Uma tem a ver com a natureza da

realidade; a outra, com como deveríamos viver. Os intelectuais públicos que

defendem a causa ateísta frequentemente dão a impressão de que a religião

é definida por uma explicação compreensível do mundo, traz conforto e

esperança, mas que, como qualquer explicação, pode ser refutada por

evidências. Mas a religião dos islamitas não é assim. 1 Em primeiro lugar,

ela não é uma tentativa de explicar o mundo, ou então de mostrar o lugar da

criação no curso da natureza. Ela tem sua origem na necessidade de

sacrifício e obediência. Sem dúvida, os islamitas têm várias crenças

metafísicas, incluindo a de que o mundo foi criado por Alá. Contudo,

também acreditam que estão sujeitos ao comando de Alá, que são chamados

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