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pelo fato de que se ergue para a nossa atenção — e até mesmo assim faz
isso apenas em jardins e nos parques. Por que então as pessoas fazem tanto
essa comparação? Parece-me que o ponto importante é o jogo da luz e da
sombra — os raios de sol salpicados no toldo das folhas, em que uma coisa
lança a sua sombra para a outra, e cada objeto que está diante de nós tem
outra sombra atrás dele. A sombra é a linguagem das coisas que ficam de
pé, o meio pelo qual elas dialogam conosco. E o tronco de uma árvore é o
lugar das sombras, através do qual ele alcança a luz…
“Como o tronco da árvore, a coluna fica diante de nós. E também como
o tronco, é o lugar da luz e da sombra. Ela se inicia de uma base, ao redor
da qual molduras côncavas formam um cinto de escuridão. Ela ascende com
um gesto simples ao ápice, onde floresce em volutas esculpidas, como todos
os tipos de fitas, ripas e ornamentos delicados que não consigo exprimir em
qualquer linguagem, mas, no caso, tenho mais familiaridade a um mero
relance do que uma palavra pode fazer. Algumas vezes, para aumentar o
efeito, o arquiteto acrescentará ripas ao mastro, para que a coluna se
transforme em longas lâminas de luz dourada, dispostas na sombra macia. E
se você quiser comparar esses ornamentos à casca da árvore, que é a maior
colecionadora de sombras e de todas as luzes possíveis que nos cercam,
novamente estaria incorrendo em erro. Pois a casca de uma árvore é algo
que cresce, suas beiradas são frágeis e suas sombras estão como as sombras
em colina, nos vales e fendas entre as encostas que sobem e descem.
Contudo, o ornamento de uma coluna é uma incisão, algo esculpido por
mãos exploradoras, um esvaziamento e uma recriação da pedra. Suas bordas
são amoladas: elas examinam e questionam o ar, e a luz não é roubada pelo
canal que a filtra, mas vive nele, igual a um sorriso no rosto. E se eu
descrevesse o que é uma coluna em sua essência e o que ela é quando
julgada em seu verdadeiro significado para aquele que fica diante do seu
território, não devo dizer que se trata de pedra, mármore ou madeira. Devo
dizer que se trata de uma luz cristalizada. E ao capturar a luz dessa maneira,
nós, os gregos, educamos a nós mesmos com o seu uso. O templo se tornou