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colofonenses proibiram qualquer construção ao seu lado, e ali fizeram um
jardim, com limeiras e álamos, para servir como os arredores do templo. E
foi a partir desse diálogo entre o templo e o seu jardim que a cidade cresceu.
Alguns trouxeram presentes de marcenaria e de decoração ao templo; outros
embelezaram o jardim com arbustos e gramados e fontes de água. E a cada
adição ao templo encontrou-se lá fora algum ornamento correspondente, até
que o distrito tornou-se uma obra de arquitetura feita de pedra em vez de
mato, madeira ou coisas que crescem.
“Muito há de se aprender com os jardins, especialmente aqueles que
estou a descrever. Em tais lugares, as plantas, os edifícios e as mobílias não
têm um uso especial. Há um propósito nos campos do fazendeiro e no
armazém do comerciante, mas não nos gramados e nas estátuas que ficam
em um jardim. Cada objeto está ali por nenhuma razão a não ser por si
mesmo. E nós também, quando visitamos os arredores, deixamos os nossos
propósitos para trás. Vagamos pela sombra, descansamos nossos espíritos
com a visão da água fresca que cai sobre as pedras de âmbar e ouvimos os
pássaros enquanto eles cantam acima de nós. E tudo sem propósito algum a
não ser o nosso próprio deleite nessas coisas. Além disso, o jardim é um
lugar social. As pessoas encontram umas com as outras, iniciam conversas,
talvez joguem juntas ou então sentem uma ao lado da outra em paz. E esses
modos de se estar em um jardim têm um significado peculiar, Perictione;
pois eles também estão livres de qualquer propósito. As pessoas em um
jardim estão além de propósitos, em um companheirismo que também é
uma forma de estar alerta diante do mundo…
“Aqui, em nosso jardim municipal, estamos em paz com cada um de nós
e com o mundo. E é a partir dessa paz que a cidade foi construída. Aqui vai
um fato curioso. A coluna de um templo foi frequentemente comparada ao
tronco de uma árvore… [Mas] a comparação é, em um sentido, altamente
ilusória. O tronco da árvore é muito mais alto do que uma coluna; ele está
coberto de imperfeições e irregularidades, espalha-se em ramos de
diferentes formatos e tamanhos, culmina sem nenhuma meta e levanta-se do
chão diretamente e sem uma base. Em resumo, não é como a coluna, exceto