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de causas supranaturais que surgem dentro da ordem natural, pois a ideia de
uma “causa supranatural” é perto do contraditório, mas como revelações do
sujeito, colocadas dentro do esquema das coisas onde a pergunta “por quê?”
pode ser feita claramente e também claramente respondida.
Qualquer monoteísmo razoável entenderá Deus não apenas como algo
transcendental, mas relacionado ao mundo no “espaço das razões”, em vez
de estar dentro do continnum das causas. Ele é a resposta para a pergunta
“por quê?” que é feita ao mundo como um todo. Você pode muito bem
dizer, junto com os ateus, que tal pergunta não tem uma resposta. Mas, se
você diz isso porque pensa que não existem “por quês?” cogentes à
pergunta além daqueles que procura por causas, então simplesmente está
fugindo do argumento. A fundação teleológica do mundo não é percebida
pela ciência, ou, pelo menos, descritível em termos científicos. Assim, ela
não pode ser provada nem refutada pelo método científico. Pode ser
estabelecida apenas por meio de uma teia de compreensão, ao mostrar,
como tentei fazer neste livro, que a responsabilidade [accountability] faz
parte da nossa natureza.
Sugeri que o Deus do Velho Testamento nos convida a entrar no reino da
aliança, com a promessa de que ele também o habita. Ao explorar a teoria
das declarações e dos poderes deônticos, traduzi a história do encontro com
Deus e os patriarcas em uma prosa filosófica comum. Também sugeri que
há, sublinhada pela natureza e pela aliança, uma outra ordem das coisas,
que se revela nos momentos de emergência, quando nos confrontamos com
a verdade de que estamos suspensos entre o ser e o nada. Ressaltei que a
ciência do ser humano, que vê o local de toda a atividade e de todo o
pensamento no cérebro, não encontrará, no organismo que explora, a coisa a
que nos dirigimos no espaço das razões. O “eu” é transcendental, o que não
significa que existe em qualquer lugar, mas sim que existe de um outro
modo, como a música existe de um modo diferente do som e Deus existe de
uma outra maneira do mundo. A busca por Deus geralmente parece ser
desesperada; mas os fundamentos usuais que nos são dados para pensá-lo
implicam que a busca por uma outra pessoa é igualmente desesperada. Por