27.05.2016 Views

Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

110<br />

PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

conectados e compartilhando diversos tipos de conteúdos criados por profissio<strong>na</strong>is<br />

e pessoas amadoras. De acordo com a autora, “o que fazemos com<br />

as redes sociais digitais não é tão importante quanto saber o que as redes<br />

estão fazendo conosco”. (SANTAELLA, 2013, p. 34) Interagir <strong>na</strong> rede e em<br />

rede traz implicações, segundo Santaella (2013), para as questões referentes<br />

à sociabilidade, à subjetividade, às formas de ensi<strong>na</strong>r e aprender, às expectativas,<br />

aos nossos anseios, dentre outras, uma vez que modifica a forma como<br />

recebemos e compartilhamos informações e adquirimos e produzimos conhecimento<br />

<strong>na</strong> relação com o outro.<br />

Ao contrário das mídias massivas, <strong>na</strong>s quais o fluxo da informação se dá<br />

<strong>na</strong> perspectiva “um-todos”, nos processos comunicacio<strong>na</strong>is mediados pelas<br />

mídias digitais em rede, há a possibilidade da comunicação “todos-todos”. A<br />

“liberação da palavra”, um dos princípios da <strong>cibercultura</strong>, tor<strong>na</strong> os inter<strong>na</strong>utas<br />

hoje capazes de romper com o polo da emissão, produzindo e compartilhando<br />

novos conteúdos e, dessa forma, promovendo novas ressignificações.<br />

De acordo com Lemos (2010, p. 25, grifo do autor), a “liberação da palavra”<br />

permite que “a qualquer pessoa, e não ape<strong>na</strong>s empresas de comunicação, consumir,<br />

produzir e distribuir informação sob qualquer formato em tempo real e<br />

para qualquer lugar do mundo”.<br />

Em junho de 2013, inúmeras manifestações ocorreram em diversas regiões<br />

do Brasil e do mundo. No Rio de Janeiro, jovens manifestantes se apropriaram<br />

dos sites de redes sociais, como o Twitter e o Facebook, <strong>na</strong> organização<br />

e no agendamento dos horários/locais dos protestos que ocorreram em<br />

diversos locais da cidade. Semelhante aos movimentos que se espalharam<br />

pelo mundo via internet, motivados pela “humilhação provocada pelo cinismo<br />

e pela arrogância das pessoas no poder, seja ele fi<strong>na</strong>nceiro, político ou<br />

cultural” (CASTELLS, 2013, p. 8), os sites de redes sociais foram imprescindíveis<br />

para que os manifestantes, aqui no Brasil, pudessem se organizar e se<br />

comunicar. No Rio de Janeiro, as manifestações inicialmente apresentavam<br />

como objetivo central lutar contra o aumento de R$ 0,20 <strong>na</strong>s passagens de<br />

ônibus, mas se fortaleceram e adquiriram maior proporção <strong>na</strong> medida em<br />

que outros grupos sociais, com outras demandas, incorporaram novas reivindicações<br />

aos protestos que tomaram conta das ruas. Como descreve Castells<br />

(2013, p. 178):<br />

Aconteceu também no Brasil. Sem que ninguém esperasse. Sem líderes.<br />

Sem partidos nem sindicatos em sua organização. Sem apoio da mídia.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!