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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

conceito de juventude, sendo os principais deles Paulo Carrano (2003) e José<br />

Machado Pais (1990, 2005), dentre outros autores do campo da Educação.<br />

Sem dúvida, a presença e mediação dos dispositivos móveis de comunicação,<br />

como celulares, tablets, laptops, i<strong>na</strong>ugura novas relações entre os sujeitos<br />

e a cidade, ganhando um papel central no cotidiano dos Ocupas e nos ajudando<br />

a avançar um pouco mais <strong>na</strong> reflexão sobre as implicações desses usos<br />

para as práticas educativas e cidadãs. Antes, durante e depois das ocupações,<br />

o chamado pelas redes e a constante atualização de informações que possam<br />

agregar mais pessoas <strong>na</strong> praça configuram-se como uma estratégia fundamental<br />

para a difusão e compreensão dessa nova prática política. A extensa<br />

produção de imagens, vídeos, posts, streammings alimentam a rede global occupy<br />

de informações e contribuem para o fortalecimento da própria rede.<br />

Na realidade, antes de pensar nos usos que os praticantes fazem da rede, é<br />

necessário assumir que a própria noção de rede é responsável pelas transformações<br />

que vêm acontecendo <strong>na</strong> sociedade, como destacou anteriormente<br />

Henrique Antoun. A internet vem sendo um laboratório de novas práticas<br />

que estão transbordando do ciberespaço e afetando as instituições sociais.<br />

As táticas e estratégias de luta acontecem no cotidiano. Ao conviverem<br />

durante muitos dias num espaço diferente das suas casas, compartilhando<br />

alimentos, resolvendo juntos a organização das tarefas do dia, revezando-se<br />

<strong>na</strong> segurança do espaço etc., esses praticantes procuram “dar um sentido à<br />

vida por meio da ressignificação do cotidiano como espaço de reivindicação<br />

coletiva de direitos usurpados”. (ALVES, 2012, p. 36) A ressignificação dos<br />

espaços cotidianos da cidade é sem dúvida uma característica marcante dos<br />

Ocupas. Após ocupar a Cinelância e ter vivido experiências ali, nenhum ocupante<br />

passará mais por aquela praça da mesma maneira. Da mesma forma<br />

acontece com nosso pequeno pedaço de praia que ocupamos, que deixou de<br />

ser a Praia de Icaraí para virar o Ocupa Niterói. Um dos pontos fortes da experiência<br />

e ressignificação do cotidiano nos Ocupas se dá, por exemplo, no<br />

reconhecimento dos moradores de rua, que passam a conviver estreitamente<br />

e de maneira igualitária com os demais cidadãos, que agora também saberão<br />

o que é viver <strong>na</strong>/da rua e construirão uma relação inteiramente nova com<br />

os espaços da cidade: tudo o que eles vivenciaram <strong>na</strong>s ruas e praças permanecerá<br />

para sempre inscrito em sua memória afetiva do espaço. “Os movimentos<br />

sociais agem no plano da cotidianidade insubmissa, rompendo com<br />

a pseudoconcreticidade da roti<strong>na</strong> sistêmica, mas permanecendo no esteio<br />

da vida cotidia<strong>na</strong>”. (ALVES, 2012, p. 36) Por fim, aproximo esses questio<strong>na</strong>-

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