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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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“A integração está <strong>na</strong> vida” 313<br />

A professora de Artes Visuais comenta que, diferente do que era feito um<br />

tempo atrás, “a aula nunca vem pronta”. Assim, tor<strong>na</strong>r “as paisagens estáveis e<br />

bem demarcadas” não é mais função do professor, exigindo dele outro papel<br />

que não seja o de “autoridade central”, orde<strong>na</strong>ção e transmissão de verdades<br />

cientificamente comprovadas. Além de essa relação precisar ser modificada<br />

em cada aula, uma perspectiva de projetos integrados exige ainda mais uma<br />

nova figura de professor, pois segundo Silva (2001, p. 9):<br />

Uma pedagogia baseada nessa disposição à co-autoria, à interatividade,<br />

requer a morte do professor <strong>na</strong>rcisicamente investido do poder [...] Ele<br />

converte-se em formulador de problemas, provocador de interrogações,<br />

coorde<strong>na</strong>dor de equipes de trabalho, sistematizador de experiências.<br />

Assim, abrir mão do poder <strong>na</strong>rcísico requer um exercício constante que<br />

vai <strong>na</strong> contramão de uma formação positivista e cientificista do professor.<br />

Entender o conhecimento como rede, como fluxo integrado, requer olhar<br />

para os lados e, em um processo dialógico, construir uma proposta pedagógica<br />

pautada <strong>na</strong> polifonia. Lévy (1999, p. 171) afirma que essa mudança é necessária,<br />

pois a tradicio<strong>na</strong>l função do professor de transmitir conhecimentos<br />

hoje é exercida “de forma mais eficaz por outros meios” e que, por isso, “o<br />

professor é incentivado a tor<strong>na</strong>r-se um animador da inteligência coletiva<br />

de seus grupos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos.” (LEVY,<br />

1999, p. 158)<br />

Esse novo papel do professor redimensio<strong>na</strong> a ideia de erro/acerto, passando<br />

a valorizar o lugar do processo como espaço criativo, de produção<br />

de sentidos e de construção de conhecimentos. As falas de duas alu<strong>na</strong>s do<br />

terceiro ano do ensino médio apontam para a necessidade que ainda sentem<br />

de um maior di<strong>na</strong>mismo e de valorização do processo durante as aulas:<br />

A sala é grande, eu acho que o professor não tem que ficar parado só lá <strong>na</strong> frente,<br />

ele tem que circular, ele tem que andar, ele tem que fazer uma dinâmica, sabe?<br />

Perguntar as coisas. (Adriele)<br />

Faz falta o professor no processo. Porque ele exige um bom resultado, mas ele<br />

não ajuda no processo, então fica complicado. Ele te ensi<strong>na</strong> o processo, mas ele<br />

não te ensi<strong>na</strong> como é que é, não te ajuda no processo e pede um bom resultado,<br />

aí fica complicado mesmo. (Raquel)

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