27.05.2016 Views

Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A educação escolar enquanto rede de actantes 177<br />

seria o princípio de simetria cuja base está <strong>na</strong> afirmação de que tudo merece<br />

uma explicação. Sendo assim, deve-se questio<strong>na</strong>r por que há uma distinção<br />

entre atores humanos e não humanos. O segundo princípio seria o não reducionismo,<br />

que imprime uma crítica à prática da Sociologia moder<strong>na</strong> de explicar<br />

uma grande diversidade de fenômenos. Outro princípio destacado por<br />

Law (1994) diz respeito à visão de que <strong>na</strong>da pode ser encarado como estável,<br />

e sua própria consistência é um produto da rede de relações que o formam.<br />

Caracterizada como uma crítica à Sociologia moder<strong>na</strong>, ou ao que Latour<br />

(1994) chama de “Constituição dos modernos”, a TAR tem como influências<br />

mais marcantes as concepções de Foucault e o pensamento de Deleuze e<br />

Guatarri, além das contribuições de Michel Serres e Gabriel de Tarde.<br />

André Lemos (2013a) explica que a TAR recebe influências pós-estruturalistas,<br />

<strong>na</strong> sua consolidação como critica à Sociologia.<br />

Situada primeiramente como uma sociologia da ciência e da tecnologia<br />

ela passa a ser uma crítica à sociologia tendo como influências mais reconhecidas<br />

o pós-estruturalismo, a ‘semiótica material’ de Foucault e os conceitos<br />

de agenciamento, rede e topografia de Deleuze e Guattari, as ideias<br />

de tradução, sujeito, objeto, espaço e tempo de Michel Serres, a etnometodologia<br />

de Garfinkel e a sociologia de Gabriel de Tarde. A sua ontologia<br />

se aproxima do trabalho de Alfred Whitehead e, mais recentemente, dos<br />

modos de existência de E. Souriau. (LEMOS, 2013a; p. 34)<br />

Com o surgimento desta teoria, desenvolve-se outra forma de entender<br />

as associações. Para compreender o social a partir da perspectiva ator-rede,<br />

devemos enfatizar a consolidação das redes de actantes, repensando a estrutura<br />

social hierárquica ao considerar as associações entre sujeito e objeto.<br />

Nesse sentido, a rede se estabelece como centro das ações, como local de<br />

relacio<strong>na</strong>mento e articulação.<br />

Outro ponto a se destacar é que a TAR se opõe à visão de que os fenômenos<br />

humanos e técnicos podem ter simplesmente uma explicação social,<br />

pois considerar essa concepção é reafirmar a ideia de que existe uma agência<br />

huma<strong>na</strong> transcendente, esta se firmando como isolada e, hierarquicamente,<br />

superior aos objetos não humanos, renegando toda a importância dos objetos<br />

<strong>na</strong> história da humanidade.<br />

É como se a TAR quisesse revelar que os objetos têm vida e ação dentro<br />

do contexto social. Isso fica claro quando Law (2006) enfatiza que não tería-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!