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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

Uma nova maneira de ensi<strong>na</strong>r?<br />

A defasagem entre a prática privada e a prática no mundo escolar não se refere<br />

ape<strong>na</strong>s aos alunos: ela é também detectada entre os professores. Obviamente,<br />

à semelhança do que se passa com os jovens, considerar os professores<br />

como um grupo homogêneo é particularmente redutor. Numerosos estudos<br />

têm mostrado diferentes formas não só de se relacio<strong>na</strong>r com as tecnologias,<br />

construídas a partir de experiências pessoais e profissio<strong>na</strong>is, mas também da<br />

relação de cada um ao saber. Por exemplo, Hervé Daguet (2009) classifica os<br />

professores de acordo com seu grau de apropriação das Tecnologias da Informação<br />

e Comunicação (TIC): eles são tecnófobos, descobridores, resig<strong>na</strong>dos,<br />

consumidores, formuladores ou especialistas. Pela simples leitura das denomi<strong>na</strong>ções<br />

de tal categorização, concebe-se facilmente que a relação de cada<br />

um às tecnologias é consideravelmente diferente e, portanto, que a prática<br />

profissio<strong>na</strong>l desses <strong>docentes</strong> não será idêntica.<br />

Seguindo o discurso daqueles que defendem a especificidade de agir entre<br />

as gerações mais jovens, chega-se a afirmar que a formação dos futuros<br />

professores <strong>na</strong> área do digital é inútil porque os professores novatos pertencem<br />

agora às gerações X, Y ou Z; por conseguinte, suas práticas privadas<br />

se transformariam, de maneira quase automática, em práticas profissio<strong>na</strong>is.<br />

Tanto mais que os professores estão, de maneira geral, bem equipados no<br />

domínio tecnológico. Compreende-se bem rapidamente o absurdo de tal<br />

proposição.<br />

Pode-se razoavelmente pensar que o hábito nos usos do digital encontre<br />

uma tradução <strong>na</strong>s práticas fora da sala de aula, <strong>na</strong> documentação a partir da<br />

internet, <strong>na</strong> participação em fóruns de intercâmbio, <strong>na</strong> consulta de mensagens<br />

de <strong>na</strong>tureza profissio<strong>na</strong>l e em portais institucio<strong>na</strong>is, <strong>na</strong> atribuição de<br />

notas aos alunos e <strong>na</strong> coleta de informações a respeito dos ambientes digitais<br />

de trabalho. Identifica-se, neste caso, uma extensão do tempo que os professores<br />

dedicam à sua prática profissio<strong>na</strong>l por intermédio de dispositivos<br />

digitais em rede.<br />

No que se refere às práticas <strong>na</strong> sala de aula, <strong>na</strong> presença dos alunos, pode-<br />

-se apostar que, <strong>na</strong> falta de formação, os professores novatos reproduzirão o<br />

que a longa escolaridade lhes transmitiu sem o seu conhecimento. A relação<br />

professor-alunos-saber continuará sendo, então, orientada por uma pedagogia,<br />

<strong>na</strong> maior parte das vezes, tradicio<strong>na</strong>l: o mestre não irá largar o mouse e<br />

manterá o controle das ferramentas. O curso irá tor<strong>na</strong>r-se magistral, desta

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