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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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360<br />

PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

pessoal, e não com os alunos, em um âmbito profissio<strong>na</strong>l. Aqui, Juliette parece<br />

estar entalada em um entremeio (entre-deux), entre a posição de amigo<br />

e a posição de docente.<br />

No entanto, detectamos um número reduzido de mensagens desti<strong>na</strong>das<br />

aos alunos (cinco mensagens) que, no mínimo, evocam sua atividade profissio<strong>na</strong>l<br />

“Atenção: para todos os 5 a 10% dos alunos “bloqueados”, no dia de hoje:<br />

ADIAMENTO DAS PROVAS DESTA MANHÃ PARA TERÇA DE 13h às 15h!”;<br />

ou, ainda, “goestothe zumba com meus alunos...”. Observamos também várias<br />

mensagens em que a professora mencio<strong>na</strong> o número de horas de aulas que<br />

ainda restam <strong>na</strong> sema<strong>na</strong>: “há ape<strong>na</strong>s 2h de aulas para dar ;-)”; ou, ainda, “Ape<strong>na</strong>s<br />

uma hora para dar AHAHAHA!!!!!”. Não encontramos nenhuma mensagem do<br />

tipo ferramenta pedagógica ou do tipo relacio<strong>na</strong>do com a discipli<strong>na</strong>, embora<br />

sua pági<strong>na</strong> no Facebook tenha sido criada em um âmbito profissio<strong>na</strong>l.<br />

Ao estudar as mensagens e os comentários postados no blog de Juliette,<br />

parece que uma confusão se instala entre o que se refere à esfera profissio<strong>na</strong>l<br />

e à esfera pessoal. Essas duas esferas – que deveriam estar separadas – parecem<br />

intimamente conectadas, em uma fusão total. Se o status dos alunos é<br />

difícil de determi<strong>na</strong>r, o status da professora não deixa de estar sobrecarregado<br />

de ambiguidade. O uso importante de emoticons, de onomatopeias e da<br />

linguagem familiar pela docente confirma essa confusão. A rede social – nomeadamente<br />

o Facebook – talvez favoreça e torne mais acentuada essa confusão<br />

em que o docente é envolvido pela dinâmica do entremeio (entre-deux),<br />

entre professor e amigo, entre vida profissio<strong>na</strong>l e vida pessoal, no qual essas<br />

“duas entidades são não ape<strong>na</strong>s diferentes, mas em contato diferenciado de<br />

modo que uma passa pela outra, confundem-se uma com a outra, separam-<br />

-se, voltam a encontrar-se e, ao mesmo tempo, se afastam uma da outra”.<br />

(SIBONY, 1991, p. 12) Seria interessante observar o perfil de outros professores<br />

de EPS para verificar se a discipli<strong>na</strong> acentua tal confusão e, por conseguinte,<br />

exerce nesta discipli<strong>na</strong> uma influência sobre a <strong>na</strong>tureza das mensagens<br />

que seja superior àquela que se verifica em outras discipli<strong>na</strong>s (Juliette e<br />

David são professores de EPS).<br />

Em resumo, a pági<strong>na</strong> do Facebook de Juliette assemelha-se mais a um<br />

pági<strong>na</strong> pessoal do que a uma pági<strong>na</strong> profissio<strong>na</strong>l.

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