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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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“A integração está <strong>na</strong> vida” 299<br />

que a mudança faz parte de um processo lento e que, em alguns momentos,<br />

eles mesmos contribuem para esta lentidão. Em entrevista com os professores,<br />

alguns concordaram que, às vezes, os próprios alunos resistem a uma<br />

prática pedagógica inovadora, como afirma o professor Tadeu do ensino técnico:<br />

“eu acho que o aluno ainda é uma figura, <strong>na</strong> maioria das vezes, a meu<br />

ver, muito tradicio<strong>na</strong>l, muito acostumada a um modelo de escola que ele<br />

sempre conviveu”.<br />

Ao mesmo tempo em que alguns professores buscam conhecer os jovens<br />

de hoje e se apropriar de suas práticas, linguagens e expressões, muitos jovens<br />

ainda se sentem “sem-lugar” <strong>na</strong> relação com a escola enquanto instituição,<br />

com suas normas e procedimentos muitas vezes pautados numa concepção<br />

de juventude entendida como transitoriedade, enquanto “vir-a-ser”.<br />

Durante as observações de campo, foi possível perceber que os jovens querem<br />

ser vistos como sujeitos autônomos, responsáveis, críticos. Desejam ser<br />

protagonistas de suas ações, experimentar a partir de suas hipóteses, errar<br />

e aprender com o erro. Notamos que professores e alunos caminham, nessa<br />

escola, para um processo de rompimento desses paradigmas, buscando uma<br />

prática pedagógica mais significativa aos novos tempos, <strong>na</strong> qual a concepção<br />

de juventude também é negociada <strong>na</strong>s relações cotidia<strong>na</strong>s.<br />

Embora os jovens que participaram da pesquisa compartilhem desse desejo,<br />

a demanda por maior protagonismo <strong>na</strong> relação professor-aluno hoje<br />

parece estar de acordo com as relações não hierárquicas instituídas <strong>na</strong>s dinâmicas<br />

<strong>cibercultura</strong>is. Como diz Freitas (2006, p. 196), em relação aos desafios<br />

que a comunicação interativa coloca à escola, “instaura-se, com essa nova<br />

modalidade comunicacio<strong>na</strong>l, uma nova relação professor-aluno centrada<br />

no diálogo, <strong>na</strong> ação compartilhada, <strong>na</strong> aprendizagem colaborativa <strong>na</strong> qual o<br />

professor é um mediador”. A escola, inserida em um contexto sociocultural<br />

mais amplo, não pode ignorar as demandas contemporâneas dos alunos que<br />

apontam para o surgimento de um novo sujeito epistemológico e, consequentemente,<br />

para novos modos de aprender e de construir conhecimento.<br />

É a partir da construção desse olhar sobre o jovem <strong>na</strong> pesquisa e <strong>na</strong> escola<br />

que buscamos trazer algumas possibilidades e desafios de pensar uma<br />

prática pedagógica que atente para as experiências juvenis marcadas pelas<br />

transformações da <strong>cibercultura</strong> e qual seria o papel do professor diante dessas<br />

práticas.

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