27.05.2016 Views

Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

Pesquisa%20e%20mobilidade%20repositorio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

176<br />

PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

bling the Social. An Introduction to Actor-Network Theory’ (LATOUR,<br />

2005), traduzido no Brasilcomo‘Reagregando o Social’. (LATOUR, 2012)<br />

Latour (2012), o proponente da TAR mais conhecido, explica que a origem<br />

dessa abordagem se deu graças à necessidade de uma nova teoria social<br />

ajustada aos estudos da Ciência e Tecnologia. Mendes (2010) argumenta que<br />

as bases para essa teoria giravam em torno de três aspectos: o agnosticismo<br />

cuja defesa coloca o cientista social não como um crítico no momento do<br />

argumento sobre o social. Contudo, antes, procura as identidades que motivam<br />

entidades para ilustrar esses argumentos; a simetria, <strong>na</strong> qual o cientista<br />

tem escolha deliberada em aspectos e olhares que pode incluir sua pesquisa;<br />

e a associação livre, <strong>na</strong> qual o pesquisador não utiliza métodos pré-estabelecidos<br />

para análise, mas busca o entendimento das associações.<br />

Santos (2013, p. 8) enfatiza que a TAR originou-se no campo da Sociologia<br />

por meio das concepções de Bruno Latour, Michel Callon e John Law,<br />

<strong>na</strong> qual expla<strong>na</strong>vam que o conhecimento não é um elemento elaborado por<br />

meio de um método científico privilegiado. Defendem que se trata de um<br />

produto social gerado pela interação tanto com objetos, quanto com humanos,<br />

acarretando em uma rede de materiais heterogêneos onde tudo interage<br />

sem que haja hierarquizações.<br />

A esse respeito, Serrano e Argemí (2005, p. 19) apontam três pilares em<br />

que a TAR se baseia:<br />

O primeiro quebra a dicotomia entre as perspectivas micro e macro das<br />

ciências sociais. A fim de acomodar esta tensão, recorre-se a um novo vocabulário<br />

e desenvolve-se uma nova estratégia metodológica que consiste<br />

em seguir os atores no momento de suas ações. A segunda problematiza a<br />

dualidade entre a dimensão social e a dimensão cognitiva. Em vez de aceitar<br />

essa separação para compreender a realidade, projeta-se a noção de que<br />

estamos em meio a um emaranhado de relações heterogêneas. Por último,<br />

considera-se que os elementos sociais não são mais do que produto das<br />

interações entre os atores.<br />

Nesse contexto, Latour (2006) aponta também três critérios que fundamentam<br />

a TAR: os não humanos devem ser actantes e não simplesmente<br />

suportes de projeções simbólicas; o social não pode ser a constante, mas variável;<br />

qualquer desconstrução deve visar uma recomposição do social.<br />

Jonh Law (1986, 1994) apresenta alguns princípios metodológicos sobre<br />

a TAR que podem ser identificados em seus trabalhos empíricos. O primeiro

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!