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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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Interação e interatividade 45<br />

blemas ou provoca de situações de aprendizagem; e arquiteta de percursos<br />

de autoria e de colaboração no desenho das aulas.<br />

A escola e a universidade ainda seguem muito do modelo unidirecio<strong>na</strong>l<br />

da distribuição em massa. O currículo ainda é entendido como conteúdos<br />

fechados e discipli<strong>na</strong>s estanques. Nesse contexto, o trabalho do professor limita-se,<br />

muitas vezes, a distribuir o saber-produto. O ofício de ensi<strong>na</strong>r se encontra<br />

submetido a um modelo tecnocrático e hierárquico de trei<strong>na</strong>mento.<br />

Consequentemente, o professor deixa de se ocupar com a formação do indivíduo<br />

e passa a equipar os alunos para a concorrência no mercado de trabalho.<br />

Ele é levado a formar competências e não mais ideais. Nesse ambiente,<br />

a comunicação interativa não flui. Ainda que fale em “escola interativa” e<br />

“educação interativa”, a disposição autoral e colaborativa mais eloquente da<br />

<strong>cibercultura</strong> é ape<strong>na</strong>s um discurso vazio que parece vir de um mundo distante,<br />

do qual se ouviu falar <strong>na</strong> propaganda sobre os computadores, tablets<br />

e celulares. Não há lugar para a educação concebida <strong>na</strong> perspectiva da interatividade,<br />

quando o professor se tor<strong>na</strong> um burocrata do saber-produto.<br />

Entretanto, nessa sala de aula interação há.<br />

Há mestres que driblam a lógica da distribuição em massa que prevalece<br />

em suas escolas e universidades e conseguem educar segundo Paulo Freire<br />

(dialogia) e Vygotsky (sociointeracionismo). No entanto, prevalecem dois tipos<br />

de professor: o que segue o critério do desempenho e aquele que perde<br />

o viço típico do início de carreira, deixando de ousar e de experimentar uma<br />

nova ambiência comunicacio<strong>na</strong>l em sua profissão. Acostuma-se a cumprir<br />

tarefas sobre as quais não é consultado. Tor<strong>na</strong>-se incapaz de fazer frente<br />

ao sistema geral de ensino e acaba reproduzindo a ideia de que está ali para<br />

transmitir o conteúdo. Pior: vê <strong>na</strong>turalmente os alunos <strong>na</strong> linha de produção<br />

da sala de aula, em que realizam um trabalho rotineiro e repetitivo ao<br />

longo de anos. Os alunos estariam ali para assistir, assimilar os conteúdos e<br />

repeti-los <strong>na</strong>s avaliações. A aula permanece como palestra para a absorção<br />

individual, e o professor continua onisciente, instrutor e trei<strong>na</strong>dor.<br />

Mudar esse estado de coisas requer muitas iniciativas individuais, coletivas<br />

e institucio<strong>na</strong>is. Uma dessas iniciativas passa necessariamente pelo cuidado<br />

com as interações e pelo investimento em interatividade. Os professores,<br />

em especial, precisarão discutir e experimentar sugestões práticas para<br />

modificar a tradicio<strong>na</strong>l sala de aula baseada no baixo nível de participação<br />

dos alunos, que enfatiza atividades solitárias e que tem por objetivo a aprendizagem<br />

mecânica de conhecimento factual. Nesse sentido, as sugestões

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