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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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Juventude, redes sociais e participação política 117<br />

Essa ideia se afi<strong>na</strong> com a sugestão de Canclini (2005) de que a sociedade<br />

deveria escutar os jovens para rejuvenescer.<br />

Enfim, com base <strong>na</strong>s mensagens trocadas entre jovens que apresentamos,<br />

no que constatamos <strong>na</strong>s manifestações de junho e continuamos a perceber<br />

nos protestos que têm dado continuidade àquelas manifestações, não consideramos<br />

demais afirmar que as práticas juvenis de participação política mediadas<br />

pelas dinâmicas <strong>cibercultura</strong>is nos mostram que ainda há espaços privilegiados<br />

para que muitos jovens, hoje, exerçam a liberdade de expressão;<br />

exerçam a possibilidade de falar e de ouvir, de manifestar-se politicamente<br />

pelo que acreditam. Portanto, enquadrar a juventude numa mera etapa de<br />

preparação para o futuro é desconsiderar que o mundo dos jovens está ancorado<br />

no presente. (REGUILLO, 2003) Presente que não se apresenta nem<br />

<strong>na</strong> perspectiva da inexperiência, nem da ausência de militância. Quanto a<br />

isso, parece que, depois de junho de 2013, o contraste entre o engajamento<br />

político da juventude de 1968 e o apoliticismo da atual fica inviabilizado.<br />

Como diz Castells (2013), se ainda é cedo para avaliar as consequências dos<br />

movimentos que eclodiram pelo mundo, o certo “é que regimes mudaram,<br />

instituições foram desafiadas e a crença no capitalismo fi<strong>na</strong>nceiro global<br />

triunfante foi abalada, possivelmente de maneira irreversível, <strong>na</strong> mente da<br />

maioria das pessoas”. (CASTELLS, 2013, p. 175)<br />

Sendo assim, ao considerar a juventude como “fase da vida”, estamos<br />

perdendo a oportunidade de conhecer o protagonismo exercido pelos jovens<br />

cujas marcas deixadas <strong>na</strong>s esferas das cidades e do ciberespaço são um<br />

convite para que os conheçamos melhor. “Pois o que é irreversível no Brasil<br />

como no mundo é [...] a consciência dos jovens de que tudo o que sabemos<br />

do futuro é que eles o farão”. (CASTELLS, 2013, p. 182)<br />

Referências<br />

ABRAMO, H. W. Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil.<br />

Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 5-6, p. 25-36, 1997.<br />

BENJAMIN, W. Experiência. In: BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o<br />

brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades: Ed. 34, 2002a. p. 21-35.<br />

BENJAMIN, W. A vida dos estudantes. In: BENJAMIN, W. Reflexões sobre a<br />

criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades: Ed. 34, 2002b. p. 31-48.

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