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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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<strong>Pesquisa</strong> em educação em tempos de <strong>cibercultura</strong> 383<br />

pesquisa no campo educacio<strong>na</strong>l. Em conclusão, lembramos que a <strong>cibercultura</strong><br />

é aberta por definição e assi<strong>na</strong>lamos a necessidade de aproximação entre<br />

Educação, Estudos da Linguagem e Linguística Computacio<strong>na</strong>l, não ape<strong>na</strong>s<br />

para evitar uma apropriação ingênua de tais recursos, como também para<br />

criar possibilidades de afetar o seu desenvolvimento.<br />

Resistências e potencialidades<br />

Concordando com Gatti (2004), percebemos que é bastante difundido no<br />

meio acadêmico da Educação brasileira o entendimento de que, até o período<br />

de redemocratização política no país, predomi<strong>na</strong>vam as pesquisas quantitativas<br />

de viés tecnicista e fundamentação positivista. De fato, em publicação<br />

de 1986 que teve grande circulação no campo da Educação – <strong>Pesquisa</strong> em<br />

Educação: abordagens qualitativas (LÜDKE; ANDRÉ, 2011) – anuncia-se, já<br />

<strong>na</strong> contracapa: “A pesquisa em educação encontra-se atualmente em fase de<br />

grande evolução, ampliando seu foco de interesse e métodos para além dos<br />

estudos tradicio<strong>na</strong>is do tipo survey ou experimental, que constituíram suas<br />

mais fortes incli<strong>na</strong>ções durante as últimas três ou quatro décadas”.<br />

Entretanto, Gatti (2004) cita estudos que apontam que a pesquisa em<br />

Educação era bastante limitada até então e que, nesse universo restrito, ape<strong>na</strong>s<br />

29% operavam com dados quantitativos. Mas o que se observa é que, com<br />

ou sem respaldo empírico, difundiu-se, no campo educacio<strong>na</strong>l, robusto preconceito<br />

contrário aos estudos quantitativos, o que leva a autora a constatar<br />

quadro semelhante, passada quase uma década da publicação deste último<br />

artigo citado: “tudo o que vem a partir de abordagens ‘qualitativas’ é bom; o<br />

que vem de abordagens ‘quantitativas’ é mau”. (GATTI, 2012, p. 30)<br />

Dificulta-se, assim, a construção de uma crítica mais consistente que<br />

permita uma identificação menos apaixo<strong>na</strong>da dos limites e potencialidades<br />

da pesquisa com dados massivos. Desse modo, percebe-se a ausência de pesquisadores<br />

da Educação quando se desenvolvem tais estudos, que são, com<br />

frequência, realizados por profissio<strong>na</strong>is de outras áreas, como especialistas<br />

em informática, economistas, administradores de empresas.<br />

Contudo, muitas já foram as vozes da academia que se mobilizaram para<br />

matizar tal entendimento e argumentar contrariamente ao reducionismo<br />

da antagonização apriorística qualitativo/quantitativo. Brandão (2002), por

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