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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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Vídeos digitais <strong>na</strong> pesquisa em educação e <strong>cibercultura</strong> 193<br />

Alves e Oliveira (2004, p. 9), pesquisando sobre imagens associadas às<br />

<strong>na</strong>rrativas, afirmam que<br />

[...] em muitas circunstâncias o potencial expressivo destas, mais rico e polissêmico<br />

que os dos textos escritos, auxilia-nos <strong>na</strong> tarefa de compreender<br />

e de explicar melhor a complexidade e adinâmica do cotidiano escolar.<br />

No mesmo texto, ao descreverem a trajetória da pesquisa em que a<strong>na</strong>lisam<br />

imagens de escolas rurais e escolas urba<strong>na</strong>s, as autoras apresentam o que<br />

chamam de “trajetória metodológica”, <strong>na</strong> qual vão relacio<strong>na</strong>ndo imagens e<br />

<strong>na</strong>rrativas, buscando os significados que emergiram a partir dos estudos e<br />

vivências em que estavam incluídas e motivando os leitores a trazerem outros<br />

significados para além do que estava posto e sendo apresentado. Assim,<br />

ao olharem para as fotos, buscavam ver os seus elementos, o conhecimento<br />

ou reconhecimento de quando e onde o fato foi produzido, situação social<br />

etc. Entre as imagens utilizadas <strong>na</strong> pesquisa, havia algumas produzidas pelas<br />

autoras e outras entregues pelos praticantes, que diziam ter “pensado nelas<br />

quando viram aquela ce<strong>na</strong> e queriam que as tivessem”.<br />

A prática com as imagens fez com que <strong>na</strong>rrativas emergissem e trouxessem<br />

à to<strong>na</strong> as vozes dos praticantes culturais envolvidos, o que dá à imagem<br />

o caráter de um potente dispositivo 7 disparador de conversas. Praticantes<br />

que atuam <strong>na</strong>s salas de aula e que em alguns momentos são citados como os<br />

que não fazem, não sabem ou não produzem o saber. Os estudos de Alves e<br />

Oliveira (2004), portanto, deram vez, voz e valor a esse saber que emerge das<br />

<strong>na</strong>rrativas, um dos objetivos da pesquisa nos/dos/com os cotidianos.<br />

Assim como as autoras, também nos interessamos em saber o que os professores<br />

fazem e produzem <strong>na</strong>s redes e motivá-los, pela experiência, à produção<br />

de conhecimento por práticas autorais e colaborativas. Refletindo sobre<br />

o uso da imagem <strong>na</strong> pesquisa de Alves e Oliveira (2004) e sobre as imagens e<br />

<strong>na</strong>rrativas, algumas questões emergiram: que outras metodologias podem ou<br />

poderiam favorecer o ecoar das vozes desses praticantes culturais? Como as<br />

ações pedagógicas podem contribuir para um processo dialógico e interativo,<br />

em que os sujeitos sejam não só consumidores de imagens, mas também<br />

7 A noção que trazemos sobre dispositivo é baseada em Ardoino (1998, p. 48), que entende o<br />

dispositivo como “uma organização de meios materiais e/ou intelectuais, fazendo parte de uma<br />

estratégia de conhecimento de um objeto”.

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