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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

realizada em 2010 por dois projetos de pesquisa interligados: um de mestrado<br />

e uma monografia de graduação. A pesquisa foi desenvolvida em uma<br />

escola pública da zo<strong>na</strong> norte do Rio de Janeiro, que abarca um projeto de ensino<br />

médio integrado fruto da parceria da Secretaria de Educação do Estado<br />

do Rio de Janeiro com um instituto privado. Esse projeto oferece formação<br />

técnica voltada para a área de mídias digitais e o contato de alunos e professores<br />

com essas tecnologias possibilitou que a escola se tor<strong>na</strong>sse um campo<br />

de pesquisa privilegiado.<br />

A viagem que realizamos para dentro do campo ocorreu com muitas paradas,<br />

onde podíamos vislumbrar as “paisagens” e conhecê-las de diversos<br />

modos e pontos de vista. Ao nos ater às paradas mais longas dessa viagem,<br />

acompanhando algumas aulas de modo mais próximo e continuado, foi possível<br />

perceber as diversas marcas da <strong>cibercultura</strong> <strong>na</strong> escola.<br />

Os jovens (estudantes da escola) vivenciam uma cultura permeada pela<br />

interatividade, pela conexão em rede, pela <strong>mobilidade</strong>, pela velocidade. Experimentam<br />

a possibilidade de serem produtores de conteúdos, compartilhando-os<br />

com seus pares <strong>na</strong> internet, em vez de meros receptores, tal como<br />

acontece em dinâmicas de comunicação massiva. Estabelecem relações<br />

colaborativas, engendrando novos comportamentos, novos hábitos, novas<br />

formas de ser e de agir (NICOLACI-DA-COSTA, 2002), ressignificam suas<br />

relações com o tempo, o espaço e os territórios. (LEMOS, 2007) Essas transformações<br />

vêm possibilitando o surgimento de uma nova dinâmica presente<br />

<strong>na</strong>s práticas juvenis contemporâneas e suas marcas encontram-se presentes<br />

também dentro da escola, já que esta não se descola da vida.<br />

Foi possível perceber ainda que, embora venha surgindo mediante o uso<br />

das tecnologias digitais, esta dinâmica continua aparecendo <strong>na</strong>s práticas dos<br />

jovens mesmo quando estes não estão utilizando os artefatos. Trata-se de<br />

uma dinâmica pautada em novas sensibilidades, em uma lógica comunicacio<strong>na</strong>l<br />

<strong>na</strong> qual todos estão conectados e atuantes, em uma maneira de se relacio<strong>na</strong>r<br />

com o outro e com o conhecimento de forma não linear, horizontal,<br />

baseada <strong>na</strong> colaboração e <strong>na</strong> complexidade.<br />

O mal-estar em relação à escola, que muitos jovens relatam, pôde ser<br />

ouvido tanto em pesquisas institucio<strong>na</strong>is anteriores do grupo de pesquisa<br />

quanto ao longo da pesquisa supracitada. Segundo os próprios jovens, eles<br />

são “de um tempo” onde tudo acontece muito rápido e se ressentem da incapacidade<br />

de a escola acompanhar esse tempo, levantando críticas às práticas<br />

pedagógicas que vivenciam cotidia<strong>na</strong>mente. Por outro lado, reconhecem

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