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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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Crianças e redes sociais 369<br />

lidade que aqui será chamada, por enquanto, de pesquisa em rede. A ideia<br />

principal foi utilizar as ferramentas disponíveis nos dois sites e seus usos<br />

possíveis, principalmente os chats, para desencadear conversas com as crianças<br />

que permitiram colocar em discussão sua relação com as redes sociais.<br />

Em virtude de toda discussão que permeia intimidade e estranhamento<br />

<strong>na</strong>s pesquisas em Ciências Huma<strong>na</strong>s e nesta pesquisa em especial, dados os<br />

diferentes modos de pertença ao campo, os critérios de escolha das crianças<br />

foram se delineando. Em busca de se lançar à novidade de uma relação que<br />

pudesse se iniciar em rede, através do contato pelos próprios sites eleitos<br />

para a pesquisa, elencou-se como prerrogativa selecio<strong>na</strong>r crianças que eu<br />

ainda não conhecesse, preferencialmente indicadas por pessoas do meu convívio<br />

social. Como construir uma relação de pesquisa dentro de uma relação<br />

que <strong>na</strong>sce <strong>na</strong> rede?<br />

Propunha como condição, em um primeiro momento, que fossem indicadas<br />

crianças que usavam o Orkut e/ou o Facebook com autonomia e tivessem<br />

a menor idade possível, uma vez que o domínio e a compreensão das<br />

crianças em fase de alfabetização sobre a internet, de maneira geral, apontavam<br />

para uma relação interessante de ser explorada <strong>na</strong> pesquisa.<br />

Assim, contatos com pessoas das minhas redes particulares foram feitos;<br />

todos diziam conhecer crianças que usavam muito a internet e sites de redes<br />

sociais. Alguns nomes foram repassados e dei início às solicitações para que<br />

me adicio<strong>na</strong>ssem em seus perfis. O retorno destes primeiros contatos foi<br />

frustrante, mas extremamente fértil para formulação de hipóteses e análises.<br />

Deste primeiro grupo de 14 crianças, ape<strong>na</strong>s três responderam: dois meninos<br />

disseram não ter interesse em participar da pesquisa, mas me aceitaram em<br />

suas listas de contatos; uma meni<strong>na</strong>, G., 10 anos, respondeu prontamente e<br />

se tornou uma peça-chave no processo, pois é uma das crianças que compõe<br />

o grupo com quem se realizou a pesquisa em rede. Após muitos contatos,<br />

o grupo consolidou-se com cinco crianças entre oito e 12 anos com quem<br />

mantive conversas constantes através dos chats, além de observações diárias<br />

de seus perfis e postagens.<br />

Entretanto, neste texto, pretende-se destacar alguns pontos fundamentais<br />

que surgiram como questões teórico-metodológicas a partir, exclusivamente,<br />

do contato com G. Por um lado, é possível que a fertilidade de<br />

nossas conversas tenha se dado pelo fato de termos construído uma relação<br />

exclusivamente on-line. Por outro, a intensidade de nossa relação pode estar

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