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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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“A integração está <strong>na</strong> vida” 311<br />

correspondem a suas necessidades reais e à especificidade de seu trajeto de<br />

vida.”<br />

Outro desafio que se coloca ao desenvolvimento de projetos integrados<br />

é a estrutura gradeada das discipli<strong>na</strong>s. Estando presas à grade de horários, as<br />

discipli<strong>na</strong>s não encontram possibilidade de encontro. Quando um professor<br />

está com uma turma, outro está com outra turma, sobrando poucos momentos<br />

em que os dois professores possam estar juntos em uma mesma turma.<br />

Na maioria das vezes em que esta situação aconteceu, um dos professores<br />

precisou estar <strong>na</strong> escola fora de seu horário, como relata a professora de<br />

Português:<br />

Eu faço muito com História, porque História dá aula sexta-feira e eu venho em<br />

um dia que não é meu dia <strong>na</strong> escola, eu venho um dia extra, por conta própria,<br />

só por conta da ideia de integração. (Maria<strong>na</strong>)<br />

Outra possibilidade aconteceu durante um projeto integrado entre duas<br />

discipli<strong>na</strong>s, quando as professoras uniram duas turmas em uma sala para<br />

poderem estar juntas orientando o grupo todo. Durante nossas entrevistas,<br />

uma das professoras relatou a dificuldade que foi este momento tanto por<br />

não terem uma sala compatível ao número de alunos, quanto por não ser a<br />

quantidade ideal para trabalhar ao mesmo tempo em um projeto que demanda<br />

acompanhamento constante do professor. Apesar das dificuldades reais<br />

de estrutura física e curricular, o projeto ganhou contornos muito interessantes,<br />

contribuindo para reflexões importantes da pesquisa.<br />

Alguns autores, como Moreira (2000, p. 127), que estudam a interdiscipli<strong>na</strong>ridade<br />

<strong>na</strong> educação irão apontar que “mesmo que a interdiscipli<strong>na</strong>ridade<br />

possa significar um avanço em relação à discipli<strong>na</strong>ridade pura e simples, as<br />

discipli<strong>na</strong>s continuam presentes no trabalho efetuado.” No entanto, é importante<br />

retomar a afirmação de que romper com paradigmas é um processo lento<br />

e que não ocorre de forma radical, pois como afirma Carlos (2007, p. 17),<br />

[...] o esforço de integração das discipli<strong>na</strong>s mediante a aproximação dos<br />

professores, no âmbito escolar, envolve a superação de barreiras administrativas,<br />

organizacio<strong>na</strong>is e pedagógicas difíceis de serem superadas e profundamente<br />

arraigadas ao modelo tradicio<strong>na</strong>l de gestão escolar.<br />

Nessa perspectiva, mais do que experiências propriamente bem sucedidas,<br />

é importante olhar para as tentativas cotidia<strong>na</strong>s de construir uma educação<br />

mais coerente com as necessidades dos jovens de hoje que seguem

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