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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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Do ciberativismo às produções autorais 247<br />

bilíngue para surdos. (SANTOS, GOMES, 2012) A mobilização começa com<br />

os surdos e é fomentada pelos surdos. Com a repercussão <strong>na</strong> internet, o movimento<br />

foi ganhando outros adeptos, culmi<strong>na</strong>ndo numa passeata organizada<br />

em Brasília e <strong>na</strong> declaração do ministro da Educação afirmando que não<br />

mais encerraria as atividades no INES. Um exemplo claro de como o acesso<br />

à informação e possibilidade de comunicação via internet permite que esses<br />

atores sociais lutem em defesa de seus próprios direitos autônoma e democraticamente.<br />

Considerações fi<strong>na</strong>is<br />

Percebemos, até aqui, o quanto a internet tem mudado nossa relação com o<br />

saber e a forma como vemos e apreendemos o mundo. (LÈVY, 1999, p. 159)<br />

Embora não sejam determi<strong>na</strong>ntes, as mudanças tecnológicas provocam transformações<br />

econômicas, sociais, políticas e <strong>na</strong>s relações sociais. Essas transformações<br />

são decorrentes, principalmente, da apropriação significativa das<br />

tecnologias e informações disponíveis ao público, o que reconfigura o ciberespaço<br />

a partir das diferenciadas produções autorais disponíveis em rede.<br />

Nesse texto, trazemos contribuições sobre as formas como praticantes<br />

culturais cegos ou surdos habitam a internet. Apresentamos alguns exemplos<br />

e vivências desses praticantes culturais ao habitarem as redes e demais<br />

ambientes do ciberespaço com autonomia. Ratificamos, ainda, que a internet<br />

pode ser – e vem sendo – um espaço importante para a inclusão social<br />

de cidadãos com deficiências sensoriais, principalmente os que têm cegueira<br />

ou surdez.<br />

Mesmo em ambientes que não oferecem, intencio<strong>na</strong>lmente, acessibilidade<br />

para cegos ou surdos, esses praticantes culturais não são impedidos<br />

de se apropriar dos recursos disponibilizados em tais ambientes e produzir<br />

conteúdos. Enquanto os espaços desti<strong>na</strong>dos a produções textuais são bem<br />

explorados pelos cegos que, em geral, não têm dificuldade para interagir no<br />

ciberespaço com pessoas normovisuais 22 , os vídeos são as mídias mais utilizadas<br />

pelos surdos devido a sua forma peculiar de comunicação – síncro<strong>na</strong><br />

e assíncro<strong>na</strong> – a língua de si<strong>na</strong>is. O YouTube e o Skype são os softwares<br />

mais utilizados; inclusive para comunicação entre surdos e ouvintes, devido<br />

22 Quem não tem qualquer problema visual.

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