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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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Usos privados e usos escolares das Tecnologias da Informação e Comunicação 343<br />

vez, com instrumentos eletrônicos. Neste sentido, Jean-Luc Metzger (2011)<br />

mostra que as TIC são ferramentas que podem ser perfeitamente cooptadas<br />

pela pedagogia tradicio<strong>na</strong>l; por sua vez, Omar Rincon (2013) compara humoristicamente<br />

a educação a um dinossauro que resistiria aos meteoritos<br />

tecnológicos.<br />

O terceiro nível de integração das TIC <strong>na</strong> prática profissio<strong>na</strong>l dos professores<br />

consiste em permitir que os alunos utilizem, com discernimento,<br />

as tecnologias digitais. Ainda neste aspecto, as práticas não são uniformes,<br />

desde a utilização pelos alunos sob a orientação do professor até o uso livre<br />

para um projeto a desenvolver por um grupo de alunos. Mas todas exigem<br />

o conhecimento das ferramentas digitais e, em particular, de sua especificidade<br />

e do que elas podem fornecer para tal projeto, um conhecimento das<br />

maneiras de aprender dos alunos. Além de uma elucidação para o professor<br />

sobre a própria relação às tecnologias digitais: <strong>na</strong> medida em que se constrói<br />

seu desenvolvimento profissio<strong>na</strong>l, ele assumirá o risco de deixar que os alunos,<br />

diante de uma situação concreta, venham a produzir conhecimentos.<br />

Rejeito, portanto, as teorias que promovem a negação da formação com<br />

o pretexto de que as gerações mais jovens estão imersas, desde a infância,<br />

em uma cultura digital. O exemplo da televisão <strong>na</strong> escola demonstrou perfeitamente,<br />

no seu tempo, o seguinte: tanto para os alunos, quanto para os<br />

professores, não é evidente a transferência da esfera privada para a esfera<br />

profissio<strong>na</strong>l.<br />

No entanto, mesmo quando os professores oferecem aos alunos a oportunidade<br />

de utilizar as TIC para aprender, o acesso a processos de subjetivação,<br />

de autoconstrução, não é de modo algum garantido, nem para os jovens,<br />

nem para o professor.<br />

A análise que realizamos sobre as práticas dos professores do ensino secundário<br />

<strong>na</strong> Europa, <strong>na</strong>s redes sociais, mostrou que, para alguns deles, instalava-se<br />

uma confusão entre o espaço profissio<strong>na</strong>l e o espaço privado, até<br />

mesmo, íntimo: por exemplo, um professor que deseja parabenizar os alunos<br />

aniversariantes. Ou, ainda, o professor de Educação Física que, em seu blog,<br />

envia mensagens desti<strong>na</strong>das aos alunos, mas também relata seus resultados<br />

esportivos; certamente, esse tipo de mensagem está relacio<strong>na</strong>do com a discipli<strong>na</strong><br />

que ensi<strong>na</strong>, mas o que dizer sobre as fotografias do filho em férias<br />

de esqui ou do relato de seus humores, enquanto aguarda o parto da esposa!

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