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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

movimento de perguntas, respostas e novas perguntas que não estava interessante<br />

para a meni<strong>na</strong>, incorrendo num equívoco sério si<strong>na</strong>lizado por Amaral,<br />

Via<strong>na</strong> e Natal. (2008) As autoras discordam de uma definição origi<strong>na</strong>l de<br />

netnografia cunhada por um grupo de pesquisadores norte-americanos que<br />

defendiam a preservação dos detalhes de uma observação em campo etnográfico<br />

usando o meio eletrônico. As autoras ressaltam que devem ser consideradas<br />

as dinâmicas comunicacio<strong>na</strong>is em cada caso específico, mas esta<br />

compreensão só foi possível quando me deparei com a queixa da meni<strong>na</strong>.<br />

Só então me dei conta de que a pesquisa não se caracteriza por entrevistar<br />

crianças on-line, mas sim vivenciar com elas os usos que fazem do Orkut e no<br />

Facebook, complexificando ainda mais a imersão no ciberespaço de inspiração<br />

etnográfica.<br />

Considerações fi<strong>na</strong>is<br />

Neste texto buscou-se apresentar uma experiência de pesquisa em rede<br />

com crianças a partir do uso de chats e observações constantes de seus perfis<br />

em sites de redes sociais. Algumas tensões que emergiram no contexto da<br />

pesquisa foram aqui a<strong>na</strong>lisadas em diálogo com produções teóricas afins, entendendo<br />

que a riqueza desta discussão reside nos desafios que a permeiam,<br />

alimentam e enriquecem o debate acerca da produção de conhecimento no<br />

âmbito da <strong>cibercultura</strong>.<br />

Fluidez, fugacidade, obsolescência, liquidez, <strong>mobilidade</strong>, flexibilidade,<br />

inquietude. Marcas da contemporaneidade, marcas de um tempo e de tudo<br />

que se produz nele. É certo que em meio a este processo, muitas vezes fugidio,<br />

a escrita de uma tese, e mesmo deste artigo, oferece a fixidez que encoraja<br />

o diálogo.<br />

Diz Agambem (2009, p. 72): o contemporâneo é aquele que “está a altura<br />

de transformar o tempo, colocá-lo em relação com os outros tempos, de nele<br />

ler de modo inédito a história, de ‘citá-la’ segundo uma necessidade que não<br />

provém de maneira nenhuma do seu arbítrio, mas de uma exigência a qual<br />

ele não pode responder”. É com este propósito que prossigo. Se há que perceber<br />

o escuro do presente, que as crianças guiem meu olhar.

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