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Pesquisa e mobilidade na cibercultura itinerâncias docentes

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PESQUISA E MOBILIDADE NA CIBERCULTURA<br />

Para concluir<br />

Acreditar que as gerações mais jovens sejam <strong>na</strong>tivas digitais é – no que diz<br />

respeito à educação – uma postura perigosa que pode promover relações sociais<br />

de classe e de gênero, levando a refutar qualquer possibilidade de formação<br />

para ensi<strong>na</strong>r por intermédio das tecnologias.<br />

Isso é tanto mais importante pelo fato de que as Tecnologias da Informação<br />

e Comunicação são portadoras – nos inconscientes e nos imaginários,<br />

paralelamente a processos de subjetivação – de processos de desvinculação<br />

alimentados pela transposição dos limites, incentivada pela anulação das separações<br />

entre privado e profissio<strong>na</strong>l.<br />

Espero ter mostrado com suficiente clareza que sou contrário a essa opinião<br />

que é portadora, portanto, de uma negação da dimensão emancipatória<br />

que deve estar embutida em qualquer projeto educacio<strong>na</strong>l. Eis o motivo pelo<br />

qual defendo que, apesar de toda a familiaridade dos jovens com o digital <strong>na</strong><br />

esfera privada, eles precisam de um acompanhamento para utilizar, com discernimento,<br />

essas ferramentas em situações de aprendizagem. Além disso,<br />

ensi<strong>na</strong>r é uma profissão que se aprende; neste caso, convém fornecer – <strong>na</strong><br />

formação inicial aos jovens professores e <strong>na</strong> formação contínua para os mais<br />

tarimbados – uma preparação para o ensino com o digital.<br />

Quanto a mim, prefiro ter uma opinião mais moderada em relação às<br />

evoluções provocadas pelas TIC no domínio do ensino-aprendizagem. Sem<br />

dúvida, é inegável o efeito produzido pelo digital; mas neste aspecto, assistiu-se<br />

raramente a revoluções drásticas. Ao contrário, as transformações<br />

constatadas têm sido lentas.<br />

Referências<br />

BOULÉ, F. Hautement différente: la génération Y, un défi de taille pour<br />

l’enseignement médical. Pédagogie médicale, [Les Ullis, França], v. 13, n. 1, p. 9-25,<br />

2012.<br />

BOURDIEU, P. Les trois états du capital culturel. Actes de la recherche en sciences<br />

sociales, [S. l.], v. 30, n. 1, p. 3-6, 1979.<br />

DAGUET, H. La mise à disposition d’ordi<strong>na</strong>teurs portables et ses effets sur la<br />

pédagogie et les usages Tice des enseig<strong>na</strong>nts. In: RINAUDO, J. L.; POYET, F. (Ed.).<br />

Environnements numériques en milieu scolaire. Lyon: INRP, 2009. p. 107-121.

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